Rio - O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MP, e a Polícia Federal realizaram, na manhã desta quinta-feira, a Operação Puris. A ação cumpriu 40 dos 51 mandados de prisão preventiva contra traficantes ligados às facções criminosas Comando Vermelho (CV), Terceiro Comando Puro (TCP) e Primeiro Comando da Capital (PCC). Foram apreendidas armas de fogo, drogas, munição, dinheiro em espécie, uma balança de precisão e material de endolação de entorpecentes.
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Os presos são acusados pelos crimes de associação para o tráfico e tráfico de drogas, praticados em Resende, com extensão em outros municípios da região Sul Fluminense e dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Parte deles responde, ainda, por porte ilegal de arma e crime de informante do tráfico.
De acordo com a denúncia oferecida pelo MPRJ à Justiça, a organização conta com a participação de adolescentes na revenda de drogas e tem liderança exercida por membros que já estão presos, tendo a comunicação sido estabelecida por eles por meio de ligações telefônicas. Os grupos criminosos seriam responsáveis por outros crimes, como homicídios, lavagem de dinheiro e tráfico de armas, tendo inclusive contato com a facção criminosa paulista vulgarmente conhecida por “PCC”.
Ao longo das investigações, os policiais federais e os agentes do Grupo de Apoio à Promotoria de Volta Redonda apreenderam 55 quilos de entorpecentes (crack, cocaína e maconha), um revólver .380, 30 cartuchos .380, dinheiro e farta quantidade de material para preparação e mistura de drogas arrecadados em laboratório de refino sediado no município de Itatiaia.
A Operação Puris também contou com 50 mandados de busca e apreensão e o sequestro de bens e valores dos denunciados. Entre os mandados de prisão, 18 acusados já se encontravam presos e 22 foram capturados durante a ação desta quinta, da qual participaram 30 delegados e 160 agentes da Polícia Federal, quatro promotores de Justiça e 47 agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MPRJ.
Laboratório de refino ficava em Itatiaia
No trabalho de investigação, os agentes do Grupo de Apoio à Promotoria de Volta Redonda descobriram que os traficantes mantinham um laboratório de refino de drogas no em Itatiaia. No local, além de grande quantidade de material para preparação e mistura de drogas, foram apreendidos 55 quilos de entorpecentes, um revólver 380, 30 cartuchos 380, dinheiro.
As escutas telefônicas realizadas por mais de dois meses revelaram que os grupos citados estariam ligados com a prática de diversos crimes, como tráfico de drogas, de armas, lavagem de dinheiro e homicídios. Em Resende, os alvos eram as comunidades da Alegria, Paraiso-Cabral, Alvorada-Liberdade e Vicentina/Alto dos Passos. Já a Água Limpa e Morro da Conquista, eram os focos em Volta Redonda.
Favelas da capital fluminense, como como Parque União e Nova Holanda, ambas no Complexo da Maré, que está ocupado pela Força de Segurança desde março, também receberiam remessas de drogas vindas de locais comandadas pelo Comando Vermelho na Região Sul Fluminense.
Menores para transporte entre estados
Para o envio de drogas a outros estados, os bandidos recrutavam sempre menores de idade. Desde o início das investigações, dois menores foram flagrados nestas ações. A ação desta quinta-feira começou ao raiar do dia. Na Rua Estácio de Sá, na comunidade Água Limpa, em Volta Redonda, os policiais surpreenderam Marcus Vinícius Gonçalves, 20 anos, acusado de tráfico de drogas, e Cintia Helen Geraldo, que faria o transporte de entorpecentes para outras regiões.
Droga estava enterrada
De acordo com a investigação, em março, a Polícia Civil encontrou durante uma ação, 100 quilos de drogas (maconha, crack, haxixe e cocaína), além de armas e ampolas de morfina e adrenalina que eram misturadas aos entorpecentes na região. Os materiais apreendidos estavam enterrados em tonéis num terreno baldio no bairro São Caetano (em São Paulo).
Na ocasião a polícia apurou também que as drogas foram transportadas por um caminhoneiro que teria cobrado R$ 30 mil, para transportá-las de Mato Grosso do Sul. Ele teria sido contratado por bandidos de São Paulo para ser distribuídas em municípios da Região Sul do Estado do Rio de Janeiro.
