Por thiago.antunes

Rio - O aumento da violência na Baixada Fluminense foi tema de audiência da Comissão de Segurança Pública da Alerj, nesta segunda-feira na Câmara Municipal de Nova Iguaçu. Durante o evento, que reuniu cerca de 100 pessoas, 15, dos 29 vereadores iguaçuanos que compareceram na audiência, fizeram reivindicações ao subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Secretaria de Segurança Pública, Roberto Sá, como: o aumento do efetivo nos seis batalhões da Baixada, instalação de Centrais de Monitoramento e Companhias Destacadas da PM, além de veículos e armamentos novos para policiais. Nenhum prefeito das 13 cidades da região compareceu, gerando críticas por parte de deputados estaduais.

“A certeza que tenho é que até a Copa não haverá reforço na segurança da Baixada, mas poderiam fazer uma grande operação policial nas comunidades de todas cidades para garantir um pouco de paz aos moradores”, pediu o presidente da Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da Alerj, Iranildo Campos.

Audiência discutiu aumento da violência na BaixadaDivulgação

Autores do pedido para a realização da audiência, os deputados Xandrinho (PV) e Rosângela Gomes (PRB), só pouparam críticas ao comando do batalhão de Mesquita, responsável pelo policiamento em Nova Iguaçu. “Não aceito um batalhão que cuida de três cidades — Nova Iguaçu, Mesquita e Nilópolis— ter apenas pouco mais de 600 policiais. A região vai piorar durante a Copa, pois bandidos continuam migrando de favelas pacificadas”, lembrou Xandrinho.

Ainda segundo ele, que quando era vereador em Nova Iguaçu, em 2003 foi autor da lei que visa a criação da Guarda Municipal em Nova Iguaçu, apresentou um projeto para a construção de uma Companhia Destacada da PM, onde já há um prédio abandonado da antiga sede da Secretaria Municipal de Saúde, no bairro K-11. “Até hoje o projeto da Guarda Municipal não saiu do papel, mas espero que este da Companhia seja uma realidade, pois daria mais segurança aos moradores de Nova Iguaçu”, sugeriu.

A deputada estadual Rosângela Gomes ainda pediu um novo Instituto Médico Legal (IML) para Nova Iguaçu. “O que existe na Posse está um caos. É um abandono total”, denunciou. O subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Secretaria de Segurança Pública, Roberto Sá, afirmou que a legislação penal precisa ser discutida. “Não pode um bandido matar um inocente, ficar pouco tempo na cadeia e logo ser solto. Temos que pensar nisso”, contou.

O comandante do 20º BPM (Mesquita), Almyr Mendonça, garantiu que o efetivo da unidade está ‘dando conta’ em termos de produtividade.

“No efetivo, 99% dos policiais são moradores da Baixada. Só em maio prendemos 177 suspeitos e nos últimos dois dias, apreendemos sete armas. Mas claro que gostaria de contar com mais PMs”, reconheceu ele, acrescentando que o policiamento será reforçado em Austin, onde num confronto, um policial e três suspeitos foram mortos. Um outro PM também foi baleado.

No fim da audiência, o vereador de Nova Iguaçu, Carlinhos Presidente, entregou uma carta de reivindicações aos idealizadores do encontro e foi pedido um minuto de silêncio pela morte do policial Robson Vaz de Loiola, que foi baleado no confronto em Austin.

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