Por paloma.savedra

Rio - Faltam sete dias para a Copa. E com a proximidade do maior evento futebolístico do mundo também aumenta a pressão das ruas. Só nesta quinta-feira, pelo menos três categorias (funcionários da Cedae, professores e rodoviários) e um movimento social se mobilizam e fazem protestos na cidade, alterando o trânsito e a rotina do carioca. 

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Desde as 14h desta quinta-feira, um grupo de 80 ex-ocupantes do terreno da Oi - entre eles, mulheres com crianças de colo - fazem manifestação no Centro e chegaram a interditar totalmente a pista central da Avenida Presidente Vargas. Eles saíram de local próximo à Igreja da Candelária e seguiram pela Avenida Presidente Vargas, no sentido Zona Norte. A via foi liberada por volta das 16h20, após ação de PMs.

Funcionários da Cedae fecham Pinheiro Machado

Na Zona Sul, a Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, foi interditada, nos dois sentidos, por volta de meio-dia, durante passeata de funcionários da Cedae. A categoria iniciou uma paralisação de 24 horas nesta quinta-feira, e se reuniu às 11h no Largo do Machado. Os trabalhadores seguiram do local até o Palácio Guanabara e fecharam a Pinheiro Machado por uma hora. 

O objetivo era pressionar o governo e agendar uma reunião com o governador Luiz Fernando Pezão. No entanto, eles não conseguiram acordo com a empresa e o governo. Com a ação de PMs do Batalhão de Choque (BPChq), que usaram bombas de gás lacrimogênio, a via foi liberada. Motoristas que vão do Centro para a Zona Sul ou da Zona Sul para o Centro encontram melhores condições pelo Túnel Rebouças ou pelo Aterro do Flamengo.

Funcionários da Cedae realizam nesta quinta-feira uma paralisação de 24 horas. Eles fizeram uma passeata pelas ruas de Laranjeiras%2C na Zona SulFabio Gonçalves / Agência O Dia

Os viadutos Engenheiro Noronha e Santiago Dantas Quental — que dão acesso à rua — foram fechados. Os motoristas que saíam do Túnel Santa Bárbara tiveram de seguir pela Rua das Laranjeiras. Há congestionamentos na Praia de Botafogo e os reflexos já chegam ao bairro do Santo Cristo, na Zona Portuária do Rio.

Durante o protesto que fechou os dois sentidos da Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, policiamento foi reforçado no local Foto%3A Fabio Gonçalves / Agência O Dia

Segundo o presidente do sindicato da categoria (Sintsama), Humberto Lemos, a adesão à paralisação desta quinta-feira foi de 90%: "Apenas os serviços essenciais foram mantidos, com 30% do pessoal trabalhando para atender emergências de falta d'água etc", disse o presidente do Sintsama. A categoria reivindica 39% de aumento salarial, novo Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS) e abertura de concurso público.

Educação em greve

Em greve desde o dia 12 de maio, os professores das redes estadual e municipal promovem assembleia unificada na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), para votar pela continuidade da paralisação. Devido à superlotação, eles fizeram a assembleia na rua e, às 16h, decidiram manter a paralisação da categoria. O policiamento no entorno do prédio foi reforçado.

A próxima assembleia da categoria será realizada na sexta-feira, um dia após a abertura oficial da Copa do Mundo no Brasil. Até lá, os professores planejam ao menos sete atos de protesto, segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe).

Nesta tarde, um grupo de professores se reúne na porta da Assembléia Legislativa (Alerj), na Cinelândia. Eles pretendem seguir pela Rua Araújo Porto Alegre até a Candelária. Por volta das 17h, o grupo interditou a Avenida Presidente Antônio Carlos, sentido Candelária, na altura da Avenida Almirante Barroso, e o acesso à via pela Avenida Beira Mar foi fechado. Os motoristas que seguem pela Beira Mar são desviados pela Rua Teixeira de Freitas e Avenida Mem de Sá.

A próxima assembleia da categoria será realizada na sexta-feira da semana que vem, um dia após o primeiro jogo oficial da Copa. Segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), a categoria planeja mais protestos até a data.

Os professores querem plano de carreira unificado, reajuste linear de 20% com paridade para os aposentados, autonomia pedagógica, 30 horas para os funcionários administrativos, eleição direta para diretores, equiparação salarial da categoria, reconhecimento do cargo de cozinheira e 15% de reajuste entre níveis.

Rodoviários definem paralisação nesta quinta

Os rodoviários dissidentes do sindicato da categoria (Sintraturb) se reunem às 16h desta quinta-feira, para discutir o possível acordo com o Rio Ônibus. Na tentativa de evitar mais uma paralisação, o Sintraturb decidiu voltar a negociar com as empresas.

O Sintraturb enviou ofício ao Rio Ônibus, pedindo a reavaliação de dois pontos reivindicados pela categoria: aumento da cesta básica (acima dos R$ 140 já definidos) e o não desconto dos dias de greve. As empresas ainda não responderam.


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