Por thiago.antunes

Rio - Quando, no próximo dia 27, o presidenciável Aécio Neves (PSDB) chegar a Queimados, na Baixada Fluminense, para outro ato do ‘Aezão’, vai encontrar a cidade dividida. De um lado, o prefeito Max Lemos, fiel escudeiro de Jorge Picciani, presidente regional do PMDB e líder do movimento de apoio ao tucano.

De outro, Lenine Lemos, irmão de Max, ex-aliado e ex-secretário municipal de Educação, candidato a deputado federal pelo PDT e uma das lideranças locais a favor da reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT). A rivalidade fraterna põe fim à aliança política de 14 anos, dividindo a militância, que, em última instância, é quem vai para a rua fazer campanha.

Em jogo — além das diferenças sobre quem é melhor candidato à Presidência da República — a decisão de Max Lemos de apoiar Leonardo Picciani ao Congresso, em detrimento do irmão. “Não faço política familiar”, justifica-se. Lenine, por sua vez, retruca. “Ele diz não querer fazer política familiar, mas apoia alguém que acha que a República é da família”, afirma, referindo-se a Jorge Picciani.

Alheio à querela familiar, Aécio Neves deve caminhar pelo Centro de Queimados, onde conversará com comerciantes e, em seguida, se encontrará com lideranças e militantes. “Vamos reunir três mil pessoas”, anima-se o prefeito, que convidou seus colegas da região.

Principal líder do movimento ‘Aezão’%2C Picciani se empenha em dar palanque para a candidatura de AécioJosé Pedro Monteiro / Agência O Dia

Dois já confirmaram: Alessandro Calazans (PMN), de Nilópolis, e Luciano Mota (PSDB), de Itaguaí. “Nelson Bornier (PMDB), de Nova Iguaçu, e o Timor (Ivaldo Barbosa dos Santos, do PSD), de Japeri, estão pensando se aderem ou não a Aécio”, explica Max Lemos. 

No ato promovido no início no mês na Zona Oeste do Rio, o mesmo ‘Aezão’ reuniu 1.600 pessoas. Era, no entanto, fechado. “O nosso vai ser aberto”, gaba-se Max Lemos. “O objetivo é trazer toda a população”, diz, querendo impressionar o presidenciável e o tutor Picciani. 

Queimados não é única cidade da Baixada que viu rachar alianças por causa de apoio político. Belford Roxo, Mesquita e Itaguaí veem seus prefeitos e vices tomarem caminhos opostos, com direito a acusações de corrupção — em Itaguaí — e ameaças de ‘revelar os podres’ — em Mesquita. 

Na segunda-feira, o vice de Belford Roxo, Douglas Cardoso (PTC), anunciou, num evento na cidade, seu rompimento com o prefeito Dennis Dauttmam. Ao lado dele estavam Sandro Matos (PDT), prefeito de São João de Meriti, e Lindbergh Farias (PT), pré-candidato ao governo do estado. A relação já não era boa há meses, culminando na exoneração do vice da Secretaria de Educação. Dennis quer a reeleição do governador Luiz Fernando Pezão.

Pelo mesmo motivo, aliás, a amizade de 25 anos entre Dennis e Sandro Matos acabou — ou ao menos enquanto durarem as eleições. “Dennis está se deixando levar por pessoas erradas e influências ruins. Sou padrinho do filho dele”, explicou Sandro, falando sobre o fim da relação dos dois.

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