Por felipe.martins

Rio - Às vésperas do fim do prazo para as convenções partidárias, no dia 30, a presidenta Dilma Rousseff obteve ontem o apoio oficial do PP e do PSD do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. Para ter o apoio do PR , que vai fazer convenção no domingo, a presidenta cedeu ontem à pressão do partido e decidiu tirar Cesar Borges do Ministério dos Transportes.

A mudança foi exigência do próprio PR para apoiar a reeleição da presidenta. No lugar de Borges, Dilma colocou o ex-titular da pasta Paulo Sérgio Passos. Se confirmado o apoio do PR, ela ganhará pouco mais de um minuto em seu horário eleitoral na televisão.

Com a formalização das alianças, a presidenta deverá ter cerca de 45% no tempo de propaganda eleitoral na TV, considerado hoje o principal instrumento das campanhas políticas. Dilma já recebeu o apoio oficial de PMDB, PDT, Pros, PP e PSD. Restam ainda PCdoB, PR e PRB. As últimas definições saem até a segunda-feira.

Dima troca ministro do PR para ganhar tempo de TVArte O Dia

Numa reunião relâmpago, o PP aprovou ontem apoio à reeleição de Dilma. O encontro foi a portas fechadas, sem a convocação oficial da Executiva Nacional do partido. O senador Ciro Nogueira (PP), presidente do PP, fez a reunião em seu gabinete depois do fim da convenção da legenda. Na convenção, ficou definido que caberia à cúpula do partido decidir sobre a aliança nacional com o PT nas eleições de outubro.

Parte dos integrantes do PP acusou Nogueira de “golpe” para garantir o apoio a Dilma. Nogueira deixou o auditório da convenção escoltado por seguranças, com os colegas jogando bolinhas de papel sobre ele e debaixo de gritos de “vendido”, “covarde” e “vergonha”.

O PP está dividido, e sete diretórios da sigla são contra a coligação com Dilma: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Ceará, Santa Catarina, Amazonas e Goiás. A ala contrária à aliança estuda ingressar com uma ação na Justiça Eleitoral para anular o resultado da convenção.

Com a presença de Dilma e de seu vice Michel Temer, o PSD aprovou ontem em convenção a adesão à candidatura dela. O PSD é o terceiro partido com mais tempo de TV da coligação de Dilma — atrás de PT e PMDB.

A decisão de apoiar a reeleição da presidenta foi apoiada por 108 (95%) dos 114 convencionais que votaram. Apesar de afirmar há meses que o PSD apoiaria Dilma, Gilberto Kassab chegou a manter conversas com o presidenciável tucano Aécio Neves, hoje principal adversário da petista.

Críticas a alianças por conveniência

Dilma Rousseff aproveitou a convenção nacional do PSD, que confirmou o apoio a ela, para criticar os acordos por “conveniências” e não por “convicções”. “Tem uma espécie de esperteza que tem vida curta”, afirmou, que há quatro dias teve sua candidatura abandonada pelo PTB e negociou ontem com o PR a permanência do partido na sua aliança à reeleição.

Sem citar nomes ou partidos, ela disse que “lealdade é uma das bases da política feita com grandeza”. “Não é subordinação cega. É confiança mútua. É respeito próprio e pelo outro. É zelo rigoroso pela palavra dada e empenhada. Engana-se quem defende a tese que não há compatibilidade entre a lealdade e a política”, observou a presidenta.

“Tem uma espécie de esperteza que tem vida curta. A política que aprendi a praticar ao longo da vida, desde a minha juventude, que me levou inclusive à prisão, ela implica em construir relações que 

Você pode gostar