Por adriano.araujo

Rio - O maior legado que a Copa do Mundo vai deixar para os moradores do Complexo da Maré é o adiamento, mais uma vez, da instalação de suas Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs). A previsão é de que a ocupação pela Polícia Militar só ocorra a partir de outubro, ainda sem data definida. O motivo é a impossibilidade de colocar no conjunto de favelas, logo após o Mundial, o efetivo de 1.600 policiais previsto para atuar nas três UPPs da Maré. Tanto que, nos bastidores, o governo do estado já ensaia o pedido que deverá fazer ao Ministério da Defesa para prorrogar a permanência da Força de Pacificação do Exército.

Pelo acordo, a tropa deveria ficar no Rio até 31 de julho. O que ainda não foi definido pelo Executivo estadual, porém, é quanto tempo a mais será solicitado ao Ministério da Defesa. Os militares que hoje ocupam a Maré vieram de quartéis do Paraná e do Rio Grande do Sul e chegaram no fim do mês passado para substituir os soldados cariocas, que foram atuar no esquema de segurança da Copa.

Sem efetivo suficiente para UPP%2C militares permaneceriam na favelaSeverino Silva / Agência O Dia

A pendência para a instalação foi, justamente, a realocação feita pela Secretaria de Segurança para atuar na Copa. O efetivo da UPP Maré já está formado — 1.000 dos novos policiais concluíram o curso de formação na semana passada. Mas antes de encarar o desafio de pacificar um dos principais redutos do tráfico do Rio, terão que cobrir as férias dos PMs do interior do estado, que foram canceladas para reforçar o patrulhamento da Região Metropolitana durante o Mundial. O benefício suspenso em junho será reposto nos meses de agosto e setembro.

O planejamento da Secretaria de Segurança previa a ocupação em meados do primeiro trimestre. Em 30 de março, o conjunto de favelas foi retomado pelo Bope. Uma semana depois da varredura feita pelos ‘caveiras’, a Força de Pacificação assumiu o patrulhamento da Maré em 5 de abril.

Dias antes da entrada das forças de segurança, o maior traficante da região — que liderava 11 das 15 quadrilahs locais — foi preso pela Polícia Federal. Marcelo Santos das Dores, o Menor P., estava escondido em Jacarepaguá.

?Últimas unidades do ano

?As três UPPs do Complexo da Maré serão as últimas instaladas no ano e na atual gestão estadual. Segundo fontes da Segurança Pública, não haverá efetivo suficiente nem tempo para isso, já que a PM terá três eventos de grande porte pela frente:as eleições de outubro, a Operação Papai Noel e o Réveillon, em dezembro.

As unidades fecham — e ultrapassam — a conta feita inicialmente pela Secretaria de Segurança de instalar 40 unidades até 2014. Na Maré, os locais ainda não foram definidos, nem os oficiais que comandarão as unidades.

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