Rio - O vexame da Seleção na humilhante goleada de 7 a 1 para a Alemanha ainda não foi digerido por Jayme de Almeida. Hoje, o ex-técnico do Flamengo vai ao Santa Marta dar palestra sobre a importância do esporte na formação do ser humano certo de que o tema estará na ponta da língua da plateia. Jayme falará para professores de escolinhas de comunidades que irão à sede da Agência NBS, na favela, para escutá-lo.
“A Seleção não tinha meio de campo, não sabia controlar a posse de bola. Essa foi a nossa grande dificuldade”, avalia o treinador, demitido do Flamengo após conquistar dois títulos — Copa do Brasil de 2013 e Carioca deste ano. “Faltam jogadores de meio de campo. Só estamos formando volantes que dão pancada.
No Brasil, hoje, só temos o Ganso e aquele menino do Cruzeiro, o Éverton Ribeiro.”
Para ele, que antes de assumir o rubro-negro deu aulas de Educação Física em comunidades carentes durante dois anos, é preciso voltar às origens. “Veja a Alemanha. Seu primeiro volante era o Schweinsteiger, um atacante de ofício”, reclama. “Nesta Copa do Mundo, a jogada da Seleção era dar chutão e enfiar a bola no Neymar. O Brasil só jogava com bola longa.”
Problema que, não por coincidência, ele também viveu em seus oito meses de Fla, quando era obrigado a escalar um meio de campo repleto de jogadores defensivos. Que hoje os professores da molecada carente, que sonha vencer na vida por meio da bola, entendam a mensagem: a Seleção precisa voltar a ser brasileira...