Por felipe.martins

Rio - Quem teve a oportunidade de encontrar algum argentino nas ruas do Rio, ontem, pode ter uma ideia de como foi a comemoração. Na manhã seguinte à classificação para a final da Copa do Mundo, os 'hermanos' tentavam se curar de uma tremenda ressaca. No Terreirão do Samba, que se tornou o quartel-general dos vizinhos sul-americanos, o clima era de rave. A festa continuou após o sol raiar.

Pela manhã, alguns torcedores tomavam o tradicional mate, uma espécie de chimarrão, para curar a dor de cabeça. Entre os carros, brasas ainda queimavam, sinal de que houve muito ‘assado’ (churrasco) para alimentar os novos finalistas. Quem preferiu descansar, dormiu em suas barracas, nos automóveis ou até mesmo deitado no chão.

Às 10h, Carlos Maroa, de 53 anos, ainda não havia dormido. Animado com a vitória, não mostrava sinais de que faria isso. No Brasil há um mês, ele contou que ainda terá muito tempo para dormir depois de comemorar o título de campeão do mundo. Segundo ele, a festa não será muito boa para os moradores do Rio, pois ficarão “sem casa”.

“Primeiro tomamos a rodoviária, depois tomamos o Terreirão e Copacabana. Se a gente ganhar a Copa do Mundo, vamos tomar o Rio de Janeiro e expulsar os cariocas”, brincou.

Depois de acampar na rodoviária%2C no Terreirão e em Copacabana%2C argentinos ironizam%3A “Se a gente ganhar%2C vamos tomar o Rio de Janeiro”Fabio Gonçalves / Agência O Dia

O Terreirão está com sua capacidade máxima (140 veículos) ocupada e, desde ontem, a prefeitura abriu o setor 12 do Sambódromo para o estacionamento de mais motorhomes. A Secretaria Municipal de Turismo informou que a estrutura física do local será oferecida aos visitantes, como banheiros e lanchonetes, e instalarão chuveiros provisórios. Até a noite de ontem, 10 veículos haviam estacionado na Passarela do Samba, e a expectativa é que amanhã um grande número de veículos venha de outros estados.

A Riotur espera que 70 mil argentinos cheguem ao Rio de Janeiro para a decisão contra a Alemanha, domingo, no Maracanã. Já para a Secretaria Estadual de Turismo, a quantidade de ‘hermanos’ será maior: a expectativa é que 100 mil estejam a caminho da cidade.

Rio: US$ 100 milhões em apenas 3 dias

O secretário de Estado do Turismo do Rio de Janeiro, Cláudio Magnavita, anunciou ontem que o Caminho Niemeyer, em Niterói, também servirá de ponto para o estacionamento de cerca de 50 veículos e motorhomes argentinos, caso a capacidade de 200 utilitários no Sambódromo chegue ao limite.

A iniciativa faz parte do reforço do programa SOS Turista, que visa ampliar os serviços de auxílio aos estrangeiros. A ação deve permanecer até o Réveillon, o Carnaval e os próximos grandes eventos na cidade.

O secretário também ressaltou o lucro obtido com o fluxo de argentinos no Brasil. “Os hotéis estão com mais 95% de ocupação e esperamos uma injeção de aproximadamente US$ 100 milhões em apenas três dias”, disse.

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