Por felipe.martins

Rio - Três militares convocados para prestar depoimento à Comissão Nacional da Verdade nesta terça-feira usaram o direito de permanecerem calados e proibiram a presença da imprensa durante as oitivas. Tiveram a oportunidade de falar o general reformado Nilton Cerqueira e os militares Jacy Oschendorf e Jurandy Oschendorf.

O advogado dos depoentes, Rodrigo Roca, rebateu a acusação feita na semana passada pelo ex-delegado Claudio Guerra de que o coronel reformado já falecido Freddie Perdigão Pereira estaria na foto do acidente que matou a estilista Zuzu Angel, em 1976.

O ex-agente da repressão Jurandy Ochsendorf e Souza (centro) permaneceu calado durante depoimento à Comissão Nacional da VerdadeFabio Gonçalves / Agência O Dia

Na semana passada, Guerra disse a membros da CNV que Perdigão teria planejado o acidente que matou a estilista Zuzu Angel e que ele estaria na foto do jornal "O Globo" divulgada pela comissão. O advogado dos militares disse que seus clientes foram unânimes em dizer que não é Perdigão na imagem."Senhor presidente não é ele na fotografia. Isso foi um erro histórico", disse Roca.

O coordenador da CNV, Pedro Dallari, disse que é contraditório os militares se negarem a depor, mas apontarem erro. "É uma manifestação completamente contraditória. Se há erro, ele só pode ser corrigido com depoimentos e elementos, não com o silêncio."

Riocentro

Cerqueira era o Comandante Geral da Polícia MIlitar quando ocorreu o atentado à bomba durante um show comemorativo pelo Dia do Trabalhador para milhares de pessoas. Ele teria dado ordem para suspender o policiamento no local.

Duas bombas explodiram no Riocentro. Uma explodiu dentro de um carro causando a morte do sargento Guilherme Pereira do Rosário e ferindo o capitão Wilson Luis Chaves Machado. Um outro explosivo foi detonado na casa de máquinas, ninguém ficou ferido. O general é acusado pelo Minitério Público Federal por homicídio doloso.


 

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