Por thiago.antunes

Rio - A morte do comerciante e suplente de vereador em Japeri Mário Ramalho, o Mário da Padaria, de 47 anos, segunda-feira à noite, no distrito de Engenheiro Pedreira, pode ter sido motivada porque ele teria desafiado a ordem de traficantes para que o comércio fosse fechado na região — após suposto gerente do tráfico da comunidade do Ferroviário ter sido morto por rivais. Mário foi executado por mais de 10 homens e ainda teve sua padaria incendiada pelo bando.

Imagens de câmeras de segurança do local foram recolhidas pela Divisão de Homicídios da Baixada, que ainda busca testemunhas para prestar depoimento. O prefeito de Japeri, Ivaldo Barbosa, o Timor (PSD), decretou luto oficial de três dias na cidade. “Era muito querido por todos. Dizem que ele não fechou o comércio após ordens de traficantes, mas isso tem que ser investigado”, disse Timor.

Esta versão é negada pela PM: “Esse suposto traficante, que não tem mandado de prisão, foi baleado num baile funk em Queimados, mas está vivo no Hospital da Posse, em Nova Iguaçu. Há este boato na cidade, mas não houve comércio fechado”, afirmou o comandante do 24º BPM (Queimados), coronel Rogério Martins, acrescentando que não há atuação de milícia em Japeri.

Mário foi executado por mais de 10 homens que invadiram seu estabelecimento em Japeri%2C na BaixadaIvan Teixeira / Hora H / Agência O Dia

De acordo com informações da PM, grupo de 13 bandidos com fuzis e pistolas chegou à padaria de Mário por volta das 21h30, num Siena prata e em cinco motos, e atirou contra o comerciante, que foi levado à UPA de Queimados, mas não resistiu.

Logo depois, a quadrilha pôs fogo na padaria e seguiu em direção ao bairro da Chacrinha, a cerca de dez quilômetros de Delamare. Lá, eles executaram Jonas de Ávila Pereira, de 30. Segundo policiais do 24º BPM, este era chefe do tráfico na região e tinha passagens por roubo e furto. Outros dois homens, identificados como Carlos Jacarandá Fernandes, de 35, e Lucas da Silva Alves, de 26, foram feridos e levados para o Hospital da Posse, em Nova Iguaçu.

A polícia investiga se a aproximação de Mário com PMs que frequentavam sua padaria teria revoltado criminosos. A morte dele não teria ligação com o crime na Chacrinha. Em 2012, Mário obteve 538 votos. Será enterrado hoje, às 9h, no Cemitério da Jaqueira, em Queimados.

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