Por paulo.gomes

Rio - Luiz Carlos Francisco Soares, pai do jogador do Flamengo, Luiz Antonio, é aguardado nesta sexta-feira na sede da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco/IE), na Central do Brasil. Suspeito de envolvimento com milícia ao lado do filho, ele já havia sido intimado para comparecer na quinta ao local e faltou. Se não comparecer hoje, poderá ser conduzido por força policial.

Suspeito de envolvimento com a milícia%2C Luiz Antonio%2C jogador do Flamengo%2C prestou depoimento na sede da Draco%2C na Central do BrasilCarlos Moraes / Agência O Dia

O jogador rubro-negro prestou depoimento por quase duas horas na tarde de quinta-feira. Na saída da Draco, Luiz Antonio negou ter dado seu Ford Edge V6, avaliado em R$ 130 mil, a Marcos José de Lima Gomes, o Gão. O miliciano foi preso no último dia 5, apontado como um dos chefes da Liga da Justiça, quadrilha com forte atuação na Zona Oeste. O atleta depôs na condição de testemunha.

No dia 11 de janeiro deste ano, mesmo dia em que, conforme a polícia, Luiz Antonio teria dado o carro a Gão, o pai do jogador registrou o suposto roubo do automóvel na 42ª DP (Recreio). O boletim de ocorrência foi feito pelo policial civil Alexander da Rocha Antunes, o Sérgio Preto, que se dizia irmão de criação do atleta, e que foi preso por envolvimento com o bando. O apoiador sustentou a versão de roubo.

“Meu carro foi roubado com meu pai dentro, por isso acionei o seguro”, argumentou Luiz Antônio, admitindo que conhece Antunes. “Eu andava com ele, que se apresentava como meu irmão de criação. Mas não conhecia essa outra face dele (se referindo à ligação do policial com a Liga da Justiça). Nunca ia acreditar que um policial civil da ativa estivesse no meio disso. Estamos (ele e o pai) sendo acusados de uma coisa que a gente não fez. Nunca tive ligação nenhuma com milícia”, garantiu.

O jogador está sendo investigado por estelionato, pois, segundo o delegado da Draco, Alexandre Capote, teria dado o chamado ‘golpe do seguro’. Capote disse que no decorrer do inquérito, se houver indício de envolvimento de Luiz Antonio com milicianos, ele poderá responder também por formação de quadrilha.

Carro de luxo está sumido

Pelo sistema de controle de infrações de trânsito do município, o Ford Edge de Luiz Antonio tinha sido multado em R$ 102,15 por estacionamento irregular às 9h53 do dia 18 de novembro do ano passado. A multa foi paga no dia 31 de janeiro, 20 dias depois que o registro do suposto roubo do veículo ter sido feito na 42ª DP (Recreio).

Na ocorrência, escrita em poucas linhas, o comunicante informou apenas que o automóvel foi levado por dois homens numa moto, usando capacetes e pistolas, em Guaratiba, também na Zona Oeste. O suposto roubo também foi comunicado por Luiz Antonio a uma seguradora. De acordo com ex-miliciano que colabora com a polícia, o veículo teria ficado pelo menos três semanas em poder de Gão. Até hoje o carro está desaparecido.

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