Por thiago.antunes

Rio - Pelo segundo dia consecutivo, ônibus, que pegam a Estrada Grajaú-Jacarepaguá mudaram o itinerário por medida de segurança. O problema é que muitas vezes a alteração na rota só tem sido avisada aos passageiros em cima da hora. Em vez de seguirem pela autoestrada, as linhas têm passado por bairros da Zona Norte, num caminho alternativo.

A medida é permitida pela Secretaria Municipal de Transportes, quando há risco para os passageiros. Segundo a Rio Ônibus, que reúne os consórcios, a alteração de itinerário deve ser avisada aos passageiros com antecedência, quando eles embarcam no coletivo. Porém, nem ela foi informada.

Viatura percorre a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá. As linhas de ônibus têm mudado o itinerário normal por causa de frequentes tiroteios entre policiais e bandidos na viaSeverino Silva

A informação não chegou também ao jornalista Felipe Barros, de 31 anos, passageiro do ônibus 368 (Castelo x Riocentro), na noite de quinta-feira. Ele voltava para casa quando percebeu que, em vez de ir pela Grajaú - Jacarepaguá, o motorista pegou a Rua Barão do Bom Retiro, no Engenho Novo, em direção ao Méier e outros bairros.

A ideia era que o coletivo chegasse à Jacarepaguá, via Zona Norte: “Não entendi nada e pedi para descer no ponto mais próximo, senão iria demorar duas horas dali até à Freguesia. Chequei com policiais e nem teve confronto naquele dia. ”

A Rio Ônibus informou os consórcios não comunicaram que adotariam a medida. Já a Secretaria Municipal de Transportes explicou que as empresas devem seguir orientações da Polícia em casos que envolvam a segurança e que elas têm autonomia para mudar as rotas, nestes casos.

Ônibus incendiado no Complexo do Lins%2C no começo deste ano%3A região está sofrendo com a violênciaOsvaldo Praddo / Agência O Dia

Via ficou fechada por mais de quatro horas depois de confronto

Na quarta-feira, a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá chegou a ficar fechada, nos dois sentidos, por mais de quatro horas seguidas após três ônibus terem sido incendiados, na via. Estes incidentes ocorreram à noite, por volta de 22h. Segundo a polícia foi uma retaliação incentivada por bandidos após tiroteio com a PM no Complexo do Lins, que margeia boa parte da via.

Um quarto ônibus também foi apedrejado no local. Além dos ônibus, barricadas foram erguidas em pontos de acesso ao complexo, para evitar a entrada de viaturas da PM. Um posto de policiamento, localizado próximo da estrada, também foi atacado por bandidos armados, mas, nenhum policial ficou ferido.

No Morro do Encontro, parte do complexo, também houve tiroteio, na tarde do mesmo dia, entre policiais da UPP local com bandidos. O confronto teria se iniciado dentro da mata da comunidade, onde os PMs faziam uma ronda.

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