Por thiago.antunes

Rio - Mais um dia de confrontos entre policiais militares e bandidos no Complexo do Alemão deixou um saldo de uma PM ferida de raspão no ombro e um suspeito machucado na mão, ao tentar atirar uma bomba caseira em uma patrulha. A troca de tiros chegou a suspender o serviço do teleférico da região, por medida de segurança, segundo a SuperVia.

Por volta de 11h, PMs da UPP do Alemão realizavam um patrulhamento na localidade conhecida como Beco do Porco quando um rapaz, ainda não identificado, tentou jogar um artefato explosivo caseiro contra agentes, e a bomba explodiu em suas mãos. De acordo com a assessoria da UPP, ele conseguiu fugir. Pouco depois, a unidade recebeu a informação dando conta da entrada de um jovem com ferimentos em uma das mãos, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Alemão.

Os policiais foram até o local para fazer o reconhecimento. À tarde, uma policial militar da UPP Nova Brasília, foi baleada de raspão no ombro durante tiroteio na comunidade. Ela foi encaminhada para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, onde foi medicada e passa bem, segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP). Ela foi o segundo agente da PM a ser baleado no conjunto de favelas desde anteontem.

Por medida de segurança, serviço do teleférico ficou parado por duas horas durante o tiroteioFernando Souza / Agência O Dia

Na noite de segunda-feira, outro PM foi baleado no pé. Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), policiais do Grupamento Tático de Polícia Pacificadora (GTPP) Matinha, da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Fazendinha, faziam patrulhamento na região da escadaria da localidade conhecida como Travessa São José, entre as ruas Canitar e Relicário, quando foram surpreendidos por tiros.

Após o ocorrido, o policiamento foi reforçado por homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e do Grupamento de Intervenções Táticas (GIT) das UPPs. O policial ferido foi socorrido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Alemão e foi liberado após receber um curativo. Foi feita varredura na parte alta da favela, em uma região de mata onde funcionava uma pedreira, mas ninguém foi preso.

Após os episódios seguidos, a Polícia Militar enviou um reforço de cerca de 330 homens para o Alemão, desde as primeiras horas de ontem. O patrulhamento, entretanto, não impediu os confrontos, relatados por moradores em redes sociais. “Muitos tiros agora no Complexo do Alemão”, relatou uma moradora em uma página.

Em 40 dias, favela tem 15 confrontos

O teleférico do Alemão foi fechado por volta das 13h30 desta terça por medida de segurança e foi reaberto às 15h30. Em nota, a SuperVia disse que os passageiros foram informados pelo sistema de áudio das cabines e estações e puderam desembarcar em suas estações de destino.

Nos últimos 40 dias, cerca de 15 trocas de tiros entre PMs de UPPs e traficantes foram registrados nos complexos do Alemão e da Penha. De acordo com o CPP, quatro pessoas morreram na região durante esse período. Quatro PMs ficaram feridos, além de outras duas pessoas. Seis suspeitos foram presos.

Um carro da PM foi incendiado e uma das bases de UPP foi atacada. Mais de 6 mil estudantes ficaram sem aulas em pelo menos dois dias, assim como o comércio local ficou fechado. Por cinco dias o teleférico instalado na comunidade deixou de funcionar por medida de segurança, segundo informes constante da SuperVia.

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