Rio - O contrato para a realização da última obra para garantir que as provas de vela das Olimpíadas sejam realizadas na Baía de Guanabara foi assinado nesta terça-feira pelo presidente da Cedae, Wagner Victer, na sede do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016. Os documentos permitem ao estado iniciar a construção de uma galeria de quase um quilômetro de extensão por 700 milímetros de diâmetro que vai levar o esgoto lançado nas galerias de águas pluviais que deságuam na Marina da Glória até o Emissário Submarino de Ipanema.
A intervenção, conhecida como Cinturão de Captação em Tempo Seco da Marina da Glória, foi desenvolvida por técnicos da Cedae, que estão há dois anos trabalhando no projeto, utilizando técnicas especiais para prospecção de solo, para que os sistemas subterrâneos sejam implantados por métodos não destrutivos através do uso de Shield (Tatuzão).
“A obra terá início em 10 dias e a previsão é que seja entregue em aproximadamente um ano. Esse era o único ponto crítico nas águas da Baía para a realização dos Jogos e a última obra para que o evento de vela possa acontecer durante as Olimpíadas. Os demais pontos marcados para a prova de vela já estão há quase três anos liberados”, destacou Wagner Victer.
Na visão do ambientalista Mario Moscatelli, a primeira coisa que se deve lembrar é que a Marina da Glória deveria estar contemplada no programa de despoluição da Baía de Guanabara há pelo menos 20 anos. Segundo ele, já foram gastos mais de 1,8 bilhão de dólares.
“Por que esse projeto não foi feito anteriormente? No Brasil não falta dinheiro nem tecnologia. O que falta é resultado prático. Se ano que vem essa obra estiver pronta, será uma exceção à regra”, desabafa. Já para o secretário da Casa Civil, Leonardo Espíndola, este é mais um projeto para melhorar a qualidade das águas da Baía de Guanabara. “É mais uma demonstração de que os Jogos Olímpicos devem servir à cidade, pois acabam e as melhorias permanecem”, explicou.
Reportagem de Márcio Allemand