Rio - A cadeira número 32 da Academia Brasileira de Letras (ABL) tem desde esta quinta-feira um novo dono. O jornalista Zuenir Ventura, de 83 anos, foi escolhido como o mais novo acadêmico. Ele vai ocupar o lugar que foi do dramaturgo, poeta e romancista Ariano Suassuna, que morreu em julho.
Da votação, participaram 18 acadêmicos que estavam presentes e 19 outros que votaram por carta. Zuenir teve 35 votos contra um de Thiago de Mello e um de Olga Savary. O novo imortal é mineiro de Além Paraíba. Ele atua como colunista no jornal “O Globo”, onde ingressou em 1956.
Zuenir é autor de seis livros, entre eles “1968: o ano que não terminou” (que inspirou a série “Anos Rebeldes”, da Rede Globo), “Cidade Partida” (que recebeu o Prêmio Jabuti, categoria “reportagem”) e “1968: O que fizemos de nós”.

Em 2008, o novo acadêmico recebeu prêmio da ONU como um dos cinco jornalistas que “mais contribuíram para a defesa dos direitos humanos no país nos últimos 30 anos”. Dois anos depois, foi eleito “Jornalista do ano” pela Associação dos Correspondentes Estrangeiros.
O fardão de Zuenir deverá ser custeado pela Prefeitura do Rio e pelo Governo de Minas Gerais, que se ofereceram. O preço destes uniformes chega a R$ 70 mil. A posse deverá ser marcada para o ano que vem. O presidente da ABL, Geraldo Cavalcante, elogiou a “lucidez” e a “argúcia” de Zuenir.