Por thiago.antunes

Rio - Com a promessa de reestruturar a Polícia Militar e combater a corrupção, o coronel Ibis Silva Pereira assumiu nesta sexta-feira interinamente o comando da corporação. A missão do ex-comandante de Policiamento de Área (CPA) e da Escola Superior da PM é preparar as mudanças que devem ser feitas até que o oficial do cargo, coronel Alberto Pinheiro Neto, assuma a função, em 2 de janeiro.

Alterações em cargos importantes de unidades especializadas e Comandos de Policiamento de Áreas (CPA) foram publicadas, neste sábado, no boletim interno da corporação. Essas mudanças foram definidas numa reunião na noite desta sexta-feira entre Ibis Pereira e Pinheiro Neto. 

A principal mudança acontece na corregedoria na PM, onde o coronel Victor Yunes vai assumir. Anteriormente ele exercia a função de subcorregedor.

Coronel Ibis assumiu nesta sexta-feiraFernando Souza / Agência O Dia

Para assumir o CPAM, entra coronel André Vidal, que era o atual comandante do BPChoque.

Para o 1º CPA, assume o coronel Sidney Camargo, que era o atual corregedor. Para o 2º CPA, entra o coronel José da Silva Macedo. Já no 3º CPA, o coronel Roberto de Oliveira será o titular. O coronel Luiz Eduardo Freire assume o 4º CPA.

No Comando de Operações Especiais (COE), entra o coronel René Alonso, que era o comandante do 3º Batalhão e já foi comandante do Bope. No Comando de Polícia Especializada (CPE), o coronel Danilo Nascimento assume.

No BPChoque, entra interinamente o tenente-coronel Fábio Souza, que estava como chefe da segurança do secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame. No Grupamento Aero Movel, entra o coronel Miguel Francisco Ramos e no Batalhão de Ações com Cães (BAC), o tenente-coronel Marcelo Francisco Nogueira Martins assume.

Como O DIA antecipou dia 29 de outubro, Pinheiro Neto era o nome favorito do secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, que ontem fez o anúncio oficial: “É um nome que sempre interessou. Ele terá carta branca para realizar mudanças e ditar as regras na PM.” Em recuperação de uma cirurgia na tireóide, o oficial acompanha de perto o processo de transição até o início do ano.

Esta é a primeira vez na história da corporação que um comando provisório é estabelecido. O desgaste provocado pelas denúncias de corrupção — que levaram às prisões de dois coronéis — e de supostos pagamentos de propinas à cúpula da PM, aceleraram a saída do ex-comandante José Luís Castro Menezes, exonerado quinta-feira. Por volta das 23h do mesmo dia, o já empossado comandante-geral Pinheiro Neto convidou Ibis a assumir em seu lugar enquanto cuida da saúde.

Centrado, o coronel disse que não se envaideceu com o fato de ter ido dormir como sub-chefe da Diretoria Geral de Ensino e Instrução (DGEI) e ter acordado como comandante-geral interino. "Fiquei feliz com o convite, mas encaro com muita serenidade porque isso passa. A suposta glória entorno do poder vira fumaça. A única coisa que peço é que Deus me dê sabedoria para exercer esses dias com o rspeito que os cargos públicos merecem", ressaltou Ibis.

Para ajudá-lo na modernização, que vai incluir desde a colocação de rampas nos quartéis para acesso de cadeirantes à reformulação dos estatutos da PM, Ibis já convocou os coronéis Lima Freire e Roberto Gil, respectivamente os novos chefes do Estado-Maior Operacional e Administrativo. “É evidente que o combate ao desvio de conduta será prioridade, mas o princípio da dignidade humana tem que ser o maior valor da polícia”, afirmou Ibis.

Com 31 anos de trabalho na corporação, o comandante interino sempre esteve à frente dos processos de mudanças e melhorias nas questões ligadas ao ensino e formação da tropa. Tanto que, garantiu, todos os acessos às promoções de cargos serão revistos nesse período transitório. "Vamos diminuir o poder das comissões de promoções e dos coronéis neste sentido. O policial para ser promovido terá que mostrar quem é e o que fez, ser o próprio responsável pela promoção de sua carreira. E não pela amizade dele com alguém da comissão", criticou.

Ibis também garantiu que as mudanças necessárias nas Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) serão feitas a partir da análise de um diagnóstico que está sendo feito pela Secretaria de Segurança em cada uma das 40 comunidades ocupadas.

Você pode gostar