Por paulo.gomes

Rio - O delegado titular da 38ª DP (Irajá), Paulo Henrique da Silva Pinto, disse nesta quarta-feira que não há dúvidas de que o professor Gustavo Montalvão Freixo, de 31 anos, praticou todos os crimes de que está sendo acusado, como tráfico de drogas, induzimento e instigação ao uso de drogas e estupro de vulnerável.

"Nem a polícia, nem o Ministério Público, nem o juízo têm dúvidas sobre a culpa dele na prática dos crimes", disse o delegado. Montalvão foi preso na manhã desta desta quarta na casa de seus pais, em Maricá, na Região dos Lagos.

O professor de História Gustavo Montalvão Freixo%2C de 31 anos%2C foi preso nesta quarta-feira%2C em Maricá. Ele é acusado de promover festa com LSD e fazer sexo com uma alunaEstefan Radovicz / Agência O Dia

Como o blog Justiça e Cidadania publicou com exclusividade na última segunda-feira, a luta de um pai de uma das vítimas pela verdade revelou que na aula extra na casa de um dos estudantes, promovida por Gustavo para sete alunos — cinco meninas e dois meninos, de 13 a 15 anos — houve uso de LSD, uma droga sintética, e que o professor fez sexo com uma aluna. De acordo com Paulo Henrique, todos os depoimentos mostram que Gustavo é culpado.

Professor é denunciado por aula extra regada a LSD e sexo

"Os depoimentos são muito consistentes, minuciosos e bem detalhados. A gente não tem dúvida de que o cenário que nos foi passado através das declarações é o que realmente ocorreu", afirmou.

Professor é investigado por suspeita de outro crime

O professor de História confessou informalmente que participou da aula extra (festa), mas nega que tenha levado drogas para o local. No ambiente onde foi realizada a festa, um globo espelhado foi encontrado pela dona da casa. O acusado nega ter comprado a droga, mas o delegado afirma que isso é impossível. "Desde a inauguração da 38ªDP nunca ocorreu apreensão de LSD".

Juiz diz que Gustavo influenciava seus alunos para que usassem drogas

O professor teve a prisão decretada pela Justiça na terça-feira. Na decisão, o juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, da 32ª Vara Criminal afirmou que, com base no depoimento das vítimas e dos parentes, o professor promovia uma espécie de ‘Sociedade dos Poetas Mortos’ às avessas, ou seja, ao contrário. No filme, lançado em 1990, o ator Robin Williams interpreta um professor que incentiva os alunos a pensar, método repudiado pela direção da escola ortodoxa. O que não é o caso de Gustavo Freixo, que usava a sua influência para que usassem drogas.

Em outro trecho da decisão, o magistrado lembra a importância dos professores, inclusive na Constituição de 1988. Alexandre Abrahão ressalta ainda que, além de dar droga aos alunos, ele se aproveitou das adolescentes, que, sob efeito do ácido, não podiam oferecer resistência para prática de sexo e atos libidinosos.

Você pode gostar