Por thiago.antunes

Rio - O inquérito sobre a morte da auxiliar administrativa Jandira Magdalena dos Santos, de 27 anos, enviado à Justiça concluiu que Luciano Luís Gouvêa Pacheco, o Shrek, integrante da milícia de Rio da Prata, foi o responsável pelo esquartejamento e queima do corpo dela. Morta durante a realização de um aborto no dia 26 de agosto, ela foi achada no dia seguinte em um carro queimado em Guaratiba.

Jandira estava grávida de quatro meses quando morreu no aborto Reprodução

Segundo a investigação, foi de Shrek a ordem para levar o corpo da vítima para o sítio de Jorge dos Santos Pires, o Gargamel, de 53 anos, em Campo Grande. Lá, ele foi atingido com um tiro na cabeça e foi esquartejado. Para dificultar a identificação, partes foram dadas para porcos comerem e outras queimadas no carro, conforme a investigção. Jandira foi identificada um mês depois por exame de DNA a partir dos restos mortais que estavam no veículo.

A juíza do 4º Tribunal do Júri Viviane Ramos de Faria decretou há uma semana a prisão preventiva de Shrek e outros oito membro do bando. Eles estão presos para evitar a intimidação de testemunhas. “Acrescenta-se, ainda, que a conveniência da instrução criminal está em risco, se soltos estiverem”, escreveu a juíza na decisão.

Há suspeita que uma das testemunhas foi seguida por um veículo, identificado como Zafira de cor preta. No veículo havia dois homens, um deles filmando com um celular. A magistrada determinou a libertação de Agda Pereira Iório, apontada como faxineira da clínica de aborto comandada por Rosemere Aparecida Ferreira, técnica de enfermagem.

No dia 26 de agosto, quando Jandira, grávida de quatro meses, morreu aos cuidados de Rosemere, ela determinou a Vanusa Vais Baldacine, responsável por levar as gestantes à clínica clandestina, que procurasse Shrek no centro gastronômico de Rio da Prata, para dar sumiço ao corpo.

Segundo as investigações, Shrek havia alugado para a quadrilha o imóvel onde eram feitos os abortos e cobrava R$ 3 mil por cada um. Em depoimento, Rosemere confessou que cobrou R$ 4,5 mil de Jandira. O Ministério Público deve denunciar todo o grupo à Justiça na semana que vem. A jovem desapareceu depois de fazer o último contato com o ex-marido Leandro Brito Reis, quando revelou que as pessoas que a encaminhavam para a clínica pediram que desligasse o celular. “Amor, mandaram desligar o telefone. Tô em pânico. Ore por mim!”, disse.

Colaborou Adriana Cruz

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