Por daniela.lima

Rio - A Quinta da Boa Vista foi palco neste fim de semana da 8ª Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro. O evento acontece sempre em novembro, depois da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, e é aberta a todas a escolas públicas e privadas. Nesta edição, foram selecionados 198 trabalhos de 120 escolas de 40 municípios. Desse total, 17 são escolas particulares. 

Henrique%2C Jonathas e Mateus venceram com o ‘ Plataforma Autônoma de Acessibilidade para Aeroporto’Fernando Souza / Agência O Dia


O projeto ‘Plataforma Autônoma de Acessibilidade para Aeroporto’ do Colégio Municipal Walter Francklin, em Três Rios, foi o vencedor da categoria Desenvolvimento de Tecnologia. Para participar, a tarefa precisa ser desenvolvida na escola e envolver um professor, no máximo três alunos e, eventualmente, um orientador. A feira tem trabalhos do sexto ano do Ensino Fundamental ao terceiro ano do Ensino Médio, com alunos que variam dos 11 aos 18 anos. Mônica Dahmouche, vice-presidente científica da Fundação Cecierj, diz que a ideia é que se amplie mais a participação desses alunos, abrindo para turmas mais jovens. “Nossa intenção é que em 2016, quando a feira completar 10 anos, a gente consiga atingir 60 municípios. Em 2020, o desafio é ter todo o estado do Rio representado na feira”, deseja Mônica.

Esta edição contou com 194 projetos inscritos através do site da fundação ou das feiras municipais de ciências. Os trabalhos foram enviados para um comitê avaliador, que recebeu cerca de 300. A comissão é formada por 90 pesquisadores das universidades e das instituições de pesquisa do Rio. A premiação é variada: os jovens recebem desde bolsas de estudos e medalhas até a chance de participar de outras feiras em outros estados e até mesmo fora do país.

“Ano passado tivemos um trabalho sobre célula-tronco do leite materno in vitro desenvolvido por alunos do IFRJ (Instituto Federal do Rio de Janeiro), no campus Maracanã, selecionado a participar da feira da Intel, que aconteceu em maio, na Califórnia”, diz Mônica. 

Jovens dizem que ideia surgiu há três meses 

Henrique de Paula Tavares, de 17 anos, Jonathas Rodrigues Almeida, 18, e Mateus Marçal, 19, são responsáveis por um dos projetos vencedores e que mais chamou a atenção na feira: uma plataforma de acessibilidade para deficientes visuais, a ser instalada em aeroportos e rodoviárias.

O projeto consiste num carrinho equipado com sistema de geolocalização, que guia o deficiente visual, caso ele necessite de ajuda para chegar até a fila do check in, ou mesmo para ir ao banheiro.
Os jovens dizem que pretendem incrementar a invenção com comando de voz e leitura em outras línguas, e também em braile. Henrique, assim como seus outros dois amigos, nunca estudou em colégio particular. Todos estudam em Três Rios.

O projeto ficou pronto em apenas três meses. “Tivemos a ideia e contamos com total apoio dos professores e do colégio. É a nossa primeira invenção, porém sempre fomos curiosos e muito próximos da tecnologia”, diz Mateus.

Eles afirmam que desde o início a ideia foi produzir a plataforma, inventar algo que realmente pudesse ser colocado em prática. Eles também pensam em trabalhar juntos no futuro, um sempre complementando o trabalho do outro.

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