Por thiago.antunes

Rio - Uma campanha para atrair voluntários para testar um remédio que poderá prevenir o HIV chamou a atenção na Parada Gay realizada em Copacabana no domingo. Já usado no exterior e em fase de testes no Brasil, pela Fiocruz, a pílula do Truvada teria 99% de eficácia contra a transmissão da doença caso ingerida diariamente, segundo estudos.

De acordo com Julio Moreia, organizador da Parada, a ação é para ajudar as pesquisas, necessárias antes de a comercialização ser iniciada no país. “Os pesquisadores querem testar a adesão da comunidade. Se as pessoas dariam conta de tomar diariamente a pílula ou se existiria um problema em relação a isso.” Mas a pílula não dispensa o uso de preservativos.

Cabines improvisadas%2C segundo organizadores%2C ficaram sem policiais%2C e banhistas ocuparam as estruturasDivulgação

“O remédio é uma proteção extra, mais direcionado a quem não tem o vírus e se relaciona com um soropositivo”, disse Carla Luzia França, professora da Escola de Enfermagem da UFRJ. De acordo com pesquisadores da Fiocruz, no exterior o medicamento, quando usado entre casais sorodiscordantes (quando só um deles tem o vírus), reduziu a infecção em torno de 96% dos casos.

Comandante da PM diz que policiamento foi adequado

O comandante interino da PM, coronel Íbis Pereira, classificou como adequado o policiamento em Copacabana durante realização da 19ª Parada do Orgulho LGBT, no domingo, quando houve furtos e arrastões. De acordo com a Polícia Militar, 76 suspeitos foram levados para três delegacias. Oito pessoas foram presas e cinco menores apreendidos.

O comandante do 19º BPM (Copacabana), coronel Ronal Langers Freitas de Santana, informou que 330 policiais fizeram o policiamento do evento, que contou com apoio de 111 agentes da Operação Verão.

Mas, segundo Julio Moreira, diretor sociocultural do Grupo Arco-Íris, que organizou o evento, a segurança foi falha e inadequada. “Nem ocuparam as cabines de segurança, que acabaram sendo tomadas por banhistas. PMs teriam visão privilegiada. Esperávamos mais segurança.” Para o coronel da PM e fundador do Bope Paulo Amêndola, especialista em segurança, o Batalhão de Choque deveria ter ajudado no policiamento do evento.

Reportagem de Lucas Gayoso

Colaborou Diego Valdevino

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