Por paulo.gomes
Rio - Agentes do Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar, da 41ªDP (Tanque) e da 32ªDP (Taquara) estão realizando desde o início desta sexta-feira uma megaoperação na Comunidade do Jordão, em Jacarepaguá, na Zona Oeste. Houve confronto e uma pessoa foi ferida e levada para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Numa área de mata, foram encontradas três pessoas mortas. Até o momento os policiais prenderam quatro suspeitos e apreenderam um menor.
Policiais militares do COE realizaram várias prisões e apreensões durante operação nesta sexta-feira na comunidade do Jordão%2C em JacarepaguáFabio Gonçalves / Agência O Dia

Além disso, os PMs do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), BPChoque, Batalhão de Ações com Cães (BAC) e Grupamento Aéreo Marítimo (GAM) e do 18ºBPM (Jacarepaguá) apreenderam quatro pistolas, uma réplica de fuzil, colete a prova de balas, camisas da polícia, drogas, duas granadas, celulares e dinheiro, que não foi contabilizado, também foram recuperados pelos PMs. Os presos e os materiais apreendidos foram encaminados para a 41ªDP.

Por conta da operação policial, duas escolas e duas creches da rede municipal de ensino estão fechadas. Com isso, de acordo a Secretaria Municipal de Educação, 1.410 alunos estão sem aulas. Já a Secretaria de Estado de Educação afirmou que todas as suas unidades estão funcionando normalmente.
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Os policiais estão na comunidade para coibir o tráfico de drogas, após denúncia do DIA, na última segunda-feira. A reportagem denunciou o clima de medo que tomou conta dos moradores com a guerra sem trégua no Jordão e os violentos confrontos armados entre traficantes de drogas e milicianos pela disputa do território.
Policiais apreenderam uma réplica de fuzil e encontraram três corpos na mata da comunidade do Jordão%2C em Jacarepaguá%2C durante operação nesta sexta-feiraFabio Gonçalves / Agência O Dia

De acordo com moradores, os tiroteios começaram em agosto, quando traficantes do Comando Vermelho tomaram o morro do controle da milícia que dominava o local. Porém, nas últimas duas semanas, os confrontos ficaram mais intensos.

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Nas mãos dos moradores circulam várias fotos que comprovariam esses relatos. Nas imagens, há bandidos ostentando armamento pesado e pichações que mostram ameaças da facção criminosa à milícia que atuava dentro da comunidade.
“O Morro do Jordão está à mercê da bandidagem. Uma hora é o tráfico, com vagabundo vendendo droga e andando de fuzil para cima e para baixo, outra hora é milícia, que fica extorquindo morador. Polícia, aqui, nem chega perto. Não adianta chamar porque eles não vêm”, reclamou um comerciante, que pediu para não ser identificado.
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Subir? Nem pensar
A queixa, no entanto, não retrata fielmente à realidade. Numa das entradas da favela, num posto de gasolina que fica na Estrada do Cafundá, uma das principais do bairro, em frente à Rua Jordão, uma viatura da Polícia Militar está sempre presente. Mas apenas para constar. Subir o morro, nem pensar.
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“Não temos condições de subir o morro neste momento porque o confronto vai ser inevitável”, admitiu um dos policiais. Segundo ele, não houve e nem está prevista nenhuma operação na comunidade. “Estamos todos aguardando o que vai acontecer na corporação, em relação a essa troca de comando. O comandante atual é interino, e quando é assim estas operações ficam suspensas”, explicou o policial.