Por clarissa.sardenberg
Rio - O temor de que o Comando Vermelho tentasse resgatar o líder da facção criminosa Luís Cláudio Machado, o Marreta, fez a Secretaria de Segurança montar um esquema especial de transporte dele da Cidade da Polícia, no Jacarezinho, para Bangu 1, no Complexo Penitenciário de Gericinó. Um helicóptero da polícia levou o traficante por volta das 3h desta quarta-feira.
O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, já antecipou que pedirá à Justiça que Marreta cumpra pena em uma unidade federal fora do Rio, devido à sua periculosidade. Ele comandava o tráfico de drogas no Rio, ataques às UPPs e o assassinato de policiais diretamente do Paraguai, onde estava foragido e vivia em uma mansão luxuosa até ser preso ontem em operação da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da Secretaria de Segurança com apoio da Polícia Federal e da Secretaria Nacional Anti Drogas do Paraguai.
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O lar doce lar de Marreta no país vizinho era uma casa de dois andares com piscina, ofurô, um cachorro, na garagem uma picape avaliada em R$ 120 mil e à sua disposição uma empregada. Ele só deixava a mansão para ir ao mercado ou à peixaria no bairro de Ykua Sati, na cidade de Assunção, capital paraguaia.
"Ele optou em viver recluso e evitava circular no Paraguai, porém tinha uma vida luxuosa. Ele morava na casa com a empregada, a filha dela, um cachorro e a sua namorada", disse Fábio Galvão, subsecretário de Inteligência da secretaria. Mensalmente, Marreta pagava um aluguel de 2,5 mil dólares. Na casa, também foram apreendidos 74 mil dólares, cerca de R$ 30 mil, além de uma quantia não contabilizada de guaranis, a moeda paraguaia.
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Marreta era um dos cinco bandidos que aterrorizavam o Rio comandando ataques a UPPs. Os outros quatro — 2D, Piná, Russão e Cadu Playboy já estão presos. Marreta é apontado como o chefe do tráfico em diversas comunidades do Rio, entre elas as de Jorge Turco, Barão, parte da Praça Seca, de Jacarepaguá e do Complexo do Lins. Apesar de não ser líder do crime no Complexo do Alemão, segundo o chefe do Ssinte, ele tem bastante influência na região, o que credita também a Marreta os ataques ocorridos nos últimos meses no Alemão.
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Conhecido pelo perfil violento, o traficante fugiu do Instituto Penal Vicente Piragibe, em dezembro de 2012, através de um túnel ligado à tubulação de esgoto do presídio. Antes da prisão, ele chefiava pontos de droga no Complexo do Alemão até a ocupação pelo Exército. Em liberdade, passou a circular por favelas dominadas pelo CV. Comandou o tráfico de drogas no
Complexo do Lins até a instalação da UPP na área, em novembro do ano passado.