Por paulo.gomes
Rio - O ex-governador Sérgio Cabral roubou a cena na cerimônia de posse de Luiz Fernando Pezão na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Reverenciado pelo presidente da Casa, deputado Paulo Melo, que presidiu a sessão, foi o mais aplaudido pelos presentes. Mais até que o governador reeleito. Na saída, sorridente, atendeu a todos com uma simpatia que havia sumido desde os protestos de junho de 2013.
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"É muito emocionante na vida pública conquistar amigos e parceiros. Até deputados de oposição que no dia a dia fazem críticas estavam ali reconhecendo o nosso trabalho. É muito prazeroso. Mas o mais prazeroso foi a aprovação do nosso governo pela população, que reelegeu o Pezão", disse Cabral.
O ex-governador Sérgio Cabral foi ovacionado pelo plenário durante a posse de seu sucessor Luiz Fernando Pezão. Ele garante que não vai interferir no novo governoBruno de Lima / Agência O Dia

Questionado sobre seu papel no governo que se inicia, o ex-governador garantiu que não vai interferir nas decisões de Pezão.

"Ele tem personalidade própria, opinião própria, vida própria. Nem no meu governo a relação foi de subordinação, não vai ser agora, que ele tem a caneta na mão (risos)", brincou. "Não tenho nenhuma pretensão de ser conselheiro porque estamos muito bem entregues. Serei apenas companheiro, não vai ter nada de interferência porque isso não é bom para ninguém. Nunca fui assim", garantiu.

Sobre os desafios que seu sucessor enfrentará nos próximos quatro anos, Cabral garantiu que o principal continuará sendo a segurança pública.
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"Ela é a mãe de todas as outras políticas públicas. É a segurança que determina as condições para que a saúde, a educação, a mobilidade urbana funcionem bem. Aqui e em qualquer lugar do mundo, mas sobretudo aqui. Apesar de termos reduzido de maneira recorde as taxas de homicídio, ainda morre muita gente assassinada no Rio de Janeiro", admitiu.
A imagem abalada pelos protestos de 2013 fez com que o ex-governador desistisse de concorrer ao Senado no ano passado. E, por enquanto, garantiu que será apenas um articulador político dentro do PMDB do Rio, visando as eleições de 2016.
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"Tenho conversado com os companheiros, que me querem por perto trocando ideias. Temos grandes desafios na eleição de 2016, não só na capital, mas em todo o estado. O PMDB reúne em torno dele diversos partidos e estas pessoas me procuram para que eu desempenhe um papel de colaboração, de construção de novos nomes, porque é preciso haver renovação. É isso que vou fazer", explicou.