Por tiago.frederico
Rio - Das 158 pessoas que deram entrada no Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI), no bairro da Posse, na noite desta segunda-feira, vítimas de colisão entre dois trens da SuperVia no município de Mesquita, sete deles permanecem internadas na manhã desta terça-feira. De acordo com o (HGNI), as vítimas estão sendo submetidas a novos exames, mas todas apresentam quadro de saúde estável. Ao todo, até as 12h, foram confirmadas 229 vítimas no acidente, somando os feridos levados para o Hospital da Posse com os que foram levados para hospitais estaduais da Região Metropolitana.
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Seguem internados no Hospital da Posse os seguintes pacientes: Alcy Bittencourt, Alencar Pereira dos Santos, Carlos Francisco de Oliveira, Cláudia Silva, Marlene Santana da Silva, Reinaldo Inácio Nunes, Roberto Xavier.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, 71 pacientes deram entrada em três hospitais e duas unidades de Pronto Atendimento da rede estadual de saúde, após o acidente com trem da Supervia. Ainda de acordo com a secretaria, todos os pacientes foram avaliados, medicados e já receberam alta.

No Hospital Estadual Getúlio Vargas, foram atendidas quatro mulheres e quatro homens; no Hospital Estadual Albert Schweitzer, foram atendidas oito mulheres e nove homens; no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, foram atendidas três mulheres e dois homens; na Unidade de Pronto Atendimento Mesquita, foram atendidas 15 mulheres e 15 homens; e na Unidade de Pronto Atendimento Nova Iguaçu II, foram atendidas 10 mulheres e um homem.

A madrugada desta terça-feira foi de intensa movimentação no Hospital Geral de Nova Iguaçu, no bairro da Posse, na Baixada Fluminense, unidade que recebeu maior parte das vítimas do acidente entre dois trens da SuperVia na estação Presidente Juscelino, em Mesquita, na noite de segunda-feira. Passageiros que estavam na composição que seguia para Japeri e colidiu na traseira de outra disseram que o trem apresentava problemas desde a saída da garagem da Central do Brasil.

O passageiro Alessandro Firmino Conceição deixa o Hospital de Nova Iguaçu com a perna direita fraturada após a colisão entre os trens na estação Presidente JuscelinoOsvaldo Praddo / Agência O Dia

"As luzes passaram a viagem toda piscando. Dava para perceber que havia falha em algo. Minutos antes de bater, as luzes apagaram por completo", revelou, na saída do Hospital da Posse, a vendedora Vivian Costa de Sá Mangueira, de 28 anos, que seguia para Japeri e estava no segundo vagão do trem. Ela sofreu uma luxação no pulso esquerdo e calculava que às 3h cerca de 60 pessoas ainda aguardavam para ser atendidas no setor de Raio-X.

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O pedreiro Adilson Teixeira Braga, 46, usuário diário de trem, estava no quarto vagão e seguia para Austin, em Nova Iguaçu. Ele disse que a composição trafegou durante toda a viagem em velocidade lenta, o que segundo ele, não é normal.
"Parecia que o trem já tinha saído da Central com defeito. As lâmpadas acendiam e apagavam. Pouco antes de chegar à estação de Madureira, a composição voltou para a estação de Cascadura. Ficou parada por dois minutos e seguiu viagem. Quando houve a batida já estava toda apagada", conformou o pedreiro. Ele está com suspeita de rompimento dos ligamentos do joelho direito e sofreu luxações na testa e na mão.
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O também pedreiro Róbson de Souza Silva, 38, que também estava no trem que colidiu, disse que mesmo ferido ajudou outros passageiros a saírem do vagão. Com uma luxação no tornozelo, ele deixou o hospital e seguiu para a 58ª DP (Posse), onde registraria ocorrência de lesão corporal por acidente. Ele relembrou os momento de terror após o acidente.
"Foi um pânico geral, uma coisa de louco. Gritaria, gemidos, revolta. O atendimento no local foi demorado. Só comigo em uma ambulância vieram outras oito vítimas Aqui na Posse, porém, o atendimento foi muito bom", avaliou.
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Quem estava no trem atingido também sofreu ferimentos. O bombeiro hidráulico Geraldo Barreto dos Santos, 60, sofreu uma luxação no joelho após o ventilador da composição e passageiros caírem sobre ele. A diarista Cristina Santos da Rocha, 38, que fraturou o tornozelo, atacou a concessionária responsável pela circulação de trens.
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"O atendimento aqui na Posse foi bom. O revoltante é o descaso da SuperVia. Tinham poucas ambulâncias e ninguém da empresa nos deu suporte", atacou Cristina.