Por thiago.antunes
Rio - A Polícia indiciou, nesta terça-feira, 16 pessoas por envolvimento na venda ilegal de sepulturas no cemitério Parque Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste. Os suspeitos vendiam alugavam os espaços destinados aos indigentes por até R$ 40 mil e falsificavam autorização da família para a retirada do corpo antes dos três anos previstos para a exumação.
De acordo com denúncia anônima enviada para a Delegacia Fazendária (Delfaz), as empresas envolvidas no esquema são Cemitério Jardim Sulacap, Jardim Sulacap II, Funerária Santa Casa Copacabana, Avelar Comércio e Representação, AFM Gestão de Jazigos. Além de receberem os valores indevidos com a venda ilegal, elas são acusadas de cobrar valores acima do tabelado pela prefeitura.
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Segundo a delegada assistente da Delfaz, Tatiana Queiroz, o chefe da quadrilha é Alexandre Meirelles, que administra o Jardim Sulacap. "Alexandre é administrador e sócio de agência funerária. Descobrimos que essas agências trabalham que forma irregular junto com o cemitério. Ele ainda não está preso, mas recolhemos provas que comprovam o crime", contou a delegada.
Alexandre já administrou também o Cemitério do Caju, por indicação de Ademir Treichel, que atuou na Coordenadoria de Controle de Cemitérios da Prefeitura do Rio, mas foi afastado em dezembro de 2013 depois do escândalo da venda ilegal de jazigos nos cemitérios da Santa Casa de Misericórdia. A juíza da 40ª Vara Criminal da capital, Renata Gil de Alcântara Videira, também determinou buscas na casa de Treichel, além da quebra de sigilo bancário e fiscal dele, de Meireles e de mais oito indiciados.
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As diligências foram feitas na casa e nas empresas dos acusados de integrar o grupo, nos bairros da Barra da Tijuca (Zona Oeste), Méier e São Cristóvão (Zona Norte). As investigações apontam que a quadrilha chegava a fazer 16 sepultamentos por dia em serviços irregulares. "Eles vendiam os 5% da sepulturas destinadas aos indigentes e falsificavam assinatura da família", disse Queiroz.
Para a delegada, as investigações apontam para um esquema de crime contra a ordem tributária, apropriação indébita de valores, estelionato, formação de quadrilha, ameaça e falsidade ideológica. Os acusados também vão responder por fraudar licitação para aquisição ou venda de bens.