Por nicolas.satriano
Rio - Traficantes do Complexo do Querosene, em São Gonçalo, invadiram o Ciep 045, em Porto do Rosa, e expulsaram funcionários que trabalhavam nesta quarta-feira no recebimento de novo mobiliário e outros equipamentos, como bebedouros, para a escola. A ordem teria partido de bandidos em motos. Com medo, funcionários informaram a situação à Secretaria Municipal de Educação gonçalense, mas sem detalhar como ocorreu a tomada do prédio por bandidos.
A secretaria informou que, se a Polícia Militar não garantir a segurança de funcionários e alunos, vai buscar outro lugar para as aulas, que começam no dia 9 de fevereiro. “Os funcionários estão muito abalados e não querem voltar. Já estamos buscando um novo prédio para acomodar os 400 alunos”, antecipou o secretário de Educação Cláudio Mendonça, que quer devolver o prédio ao governo do estado.
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A Polícia Militar informou que não foi comunicada sobre o fato e, ontem, o comandante em exercício do 7° BPM (São Gonçalo), tenente-coronel Anderson Correa de Oliveira, enviou uma equipe ao Ciep, mas não conseguiu contato com a direção e não acharam os bandidos. Os PMs fizeram operações em comunidades próximas e o policiamento foi reforçado no local.
A violência na região onde fica o Ciep não é novidade. Segundo funcionários, bandidos já entraram armados no pátio. “Nós e os alunos ficamos dentro do prédio, fechado com grades, enquanto os bandidos andam livremente com drogas e armas, fazem o que querem. Temos muito medo”, contou um auxiliar de limpeza da unidade.
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Terça-feira, a caixa d’água do Ciep foi esvaziada pelos criminosos. Arrombamentos, equipamentos roubados e livros espalhados pelos corredores formam o cenário atual da escola, cujas paredes têm pichações de facções criminosas
"Não é uma situação nova. Os funcionários relatam intimidação a alunos, que são expulsos da quadra para que os traficantes joguem bola. Além disso, o grupo fez danos ao prédio e utiliza a escola como rota de fuga da polícia ou de grupos rivais”, ressaltou Cláudio Mendonça.
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Semana passada, um tiroteio na região deixou marcas de sangue nas paredes do Ciep. Segundo investigações da 72ª DP (Mutuá), um bandido teria sido ferido e entrado no local para se esconder. Ano passado, o Ciep teve uma sala incendiada e a biblioteca destruída por vândalos.