Por nicolas.satriano
Rio - A última eleição mal acabou, e as estratégias para a sucessão municipal de 2016 já são formuladas. A pouco mais de um ano e oito meses das para a disputa da prefeitura do Rio, Eduardo Paes decidiu investir em seu apadrinhado político, o deputado federal Pedro Paulo Teixeira (PMDB), e criou nesta quarta-feira por decreto um cargo sob medida para dar visibilidade a seu pupilo: a Secretaria Executiva de Coordenação de Governo.
"Não estou pensando nisso (eleição). Acabei de ser eleito (para deputado federal) e estou muito feliz com os meus mais de 162 mil votos e também por ter sido reconvocado para a prefeitura”, afirmou Pedro Paulo que desde esta terça-feira ocupa a nova função na prefeitura.
A estratégia é viabilizar Pedro Paulo como candidato à prefeituraDivulgação / Alerj

Ex-chefe da Casa Civil de Paes, Pedro Paulo volta à gestão — ele havia deixado governo por causa da campanha eleitoral — para fazer o meio de campo entre a prefeitura e as demandas que surgem na cidade. O papel é estratégico e dá a ele condições para ser uma espécie de ouvidor da população, o que o aproxima das ruas e o faz o ainda mais conhecido.

“Vou ter mais presença nas ruas, mais diálogos, ouvir cada vez mais”, diz o secretário, que deve ser visto em filas de hospitais e vai participar efetivamente, por exemplo, da grade escolar das escolas do Amanhã — aquelas localizadas em áreas de risco. Atividades que vão permitir a ele o acompanhamento de perto do “dia a dia da cidade”, no melhor estilo mesmo de ouvidor público.

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Mas as funções na secretaria vão além. Pedro Paulo promete ser o homem que vai ajudar a elaborar novas políticas públicas e que estará à frente de projetos como a Fábrica de Escolas, o Cartão Carioca e as Clínicas da Família. Todas plataformas política que ajudaram a reeleger Paes. “O maior desafio vai ser não me perder diante de tantas demandas”.
A criação da secretaria não trouxe custos extras à prefeitura, segundo o secretário. “Pelo contrário. Vão diminuir os gastos para o município. Os subsecretários já eram daqui e o meu salário não é pago pela prefeitura. Eu sou licenciado da Câmara dos Deputados. Recebo por Brasília, não pela prefeitura”, explicou Pedro Paulo, que terá sob sua gerência todas as subprefeituras.
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Um agrado a Pezão
Além de Pedro Paulo num cargo com visibilidade, Eduardo Paes tratou de minimizar possíveis rachaduras na base que lhe garantiu a reeleição em 2012. Tem em vista 2016.
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Uma das nomeações publicadas ontem no Diário Oficial é um agrado ao governador Luiz Fernando Pezão, com a indicação de seu enteado, o advogado Roberto Horta Jardim Salles como subprefeito da Zona Norte. Pezão pode ser o fiel da balança na queda de braço com Jorge Picciani, presidente estadual do PMDB, pela indicação do candidato à sucessão municipal no ano que vem.
Em outra jogada, o prefeito agrada ao PT, com a criação de uma secretaria, como o DIA revelou na edição de sábado. A medida é para estancar o movimento de insatisfeitos e evitar o rompimento da aliança no Rio. Para a nova Secretaria de Saneamento Básico e Recursos Hídricos, será nomeado Pierre Batista, que deixou a Habitação. Os petistas ainda esperam assumir o comando da Fundação Parques e Jardins.
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Com apenas um vereador, o PSD foi outro agraciado. Numa manobra para alinhar a cidade à administração federal, no qual Gilberto Kassab, presidente da legenda, é ministro das Cidades, o peemedebista tirou a Habitação do PT e deu a Carlos Portinho — indicação do deputado federal Índio da Costa, presidente local do PSD e um possível concorrente à prefeitura.
Até o opositor PSDB, que em 2012 lançou o deputado Otavio Leite à prefeitura, passou a compor o governo, assumindo a Cultura, com Marcelo Calero. Ele acumulará a função com o Comitê Rio 450. O tucano já teve como plataforma a realização de plebiscito para a revisão da fusão do Rio de Janeiro com o Estado da Guanabara.
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No pacote, até o vice-governador Francisco Dornelles (PP) ficou feliz, com seu pupilo, o vereador Marcelo Queiroz na Administração.
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