Por adriano.araujo, adriano.araujo
Rio - Entender como a situação dos reservatórios de água do Rio chegou ao atual quadro crítico não é tarefa fácil. Pesquisadores de recursos hídricos e mudanças climáticas da Coppe/UFRJ listam diferentes razões para que o estado esteja agora utilizando a reserva chamada de volume morto. Entre os motivos, está uma escassez de chuvas única na história da bacia do Rio Paraibuna. Mas, além disso, a falta de atenção ao tratamento de esgoto de toda a região, o desperdício do sistema de distribuição e o excesso de consumo de água também são fatores determinantes para o panorama preocupante.
O Atlas do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis) 2013 divulgado essa semana trouxe dados preocupantes sobre o consumo de água no estado. São 253,1 litros por habitante por dia — valor 24,1% acima da média do Sudeste e 52,2% a mais do que a média nacional. Em contrapartida, o mesmo relatório mostra que na comparação com outros estados, o Rio é apenas o sétimo em investimentos no setor.
Níveis de água nos reservatórios do estado%2C como o do Funil (acima)%2C estão muito baixos devido à estiagemErnesto Carriço / Agência O Dia

Para o pesquisador do Laboratório de Hidrologia da Coppe/UFRJ Paulo Carneiro, a bacia está muito suscetível a eventos extremos, sejam seca ou transbordamentos devido à baixa cobertura vegetal. “Ela amortece menos a quantidade de chuva, tanto no aumento quando na baixa dos rios”, explica Carneiro, ao lembrar dos desmatamentos que ocorreram ao longo da história de desenvolvimento econômico da região.

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Segundo ele, não há dúvida de que não se pode culpar apenas a chuva. “Falta gestão de recursos hídricos, investimentos para lidar com esses problemas e planejamento de longo prazo”, afirma. Carneiro cita que, nos próximos meses, é preciso repensar a necessidade da distribuição de água para os diferentes consumidores da bacia, como as indústrias, a irrigação para agricultores e a quantidade de consumo humano.
O professor Marcos Freitas, coordenador do Instituto de Mudanças Globais da Coppe, critica ainda o baixo tratamento de esgoto. “O sistema está acostumado a usar água em quantidade razoável para diluir esgoto de rios que chegam ao Guandu”, diz.Segundo Freitas, uma obra para tratar o Rio dos Poços amenizaria a questão. Outro grave problema é a quantidade das perdas na distribuição. “É um valor que chega em torno de 50%”, observa ele, ao ressaltar que só entre 10% e 12% seriam dos chamados gatos.
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Crise hídrica, um problema anunciado
O deputado Carlos Minc, ex-secretário do Ambiente, afirmou que, desde 2009, no governo anterior, a administração do estado sabia dos riscos da crise hídrica. Segundo Minc, relatórios da Coppe/UFRJ e Fiocruz apontavam para vulnerabilidades dos sistemas que abastecem as bacias usadas na captação de água pela Cedae.
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Nos estudos, disse ele, há desde o desmatamento de 80% das florestas, onde estão as fontes e olhos d’água e do assoreamento dos rios, até o desperdício da água tratada. “Não pode ser considerado normal que 40% da água tratada vão embora.”
O presidente da Cedae, Jorge Briard, disse que a alta de consumo ocorre devido à Região Metropolitana ser a mais quente do país. A expectativa dos especialistas é de que no próximo verão a situação comece a ser normalizada, se as chuvas voltarem ao índice usual.
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O prefeito Eduardo Paes declarou ontem, após reunião com o secretariado, que pediu à Secretaria da Casa Civil que converse com o governo do estado sobre o real cenário hídrico e energético da região: “Queremos ter um pouco mais de noção”. Sobre a possibilidade de racionamento ou redução de consumo de água e luz nos órgãos públicos, Paes comentou que o município já faz isso: “A gente trata custo na prefeitura igual a unha, corta o tempo todo.”
?Colaboraram: Alessandra Horto, Constança Rezende e Nonato Viegas
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VEJA SE VOCÊ ECONOMIZA OU GASTA MUITA ÁGUA:
1.Você lava o carro com:
(a) uma mangueira
(b) um balde
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2. Limpa a calçada com:
(a) uma vassoura
(b) um esguicho
3. Rega as plantas com:
(a) um balde ou regador, nas horas frescas do dia
(b) uma mangueira, sempre que estão murchas
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4. Usando as torneiras:
(a) deixa a água escorrendo o tempo todo
(b) fecha a torneira enquanto não está usando a água
5. Lavando a roupa:
(a) deixa a roupa suja acumular, para depois lavar
(b) lava aos poucos, sempre que há uma peça
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6. Usando o vaso sanitário:
(a) não usa o vaso como lixeira
(b) joga toda sujeira que pode no vaso
7. Na hora do banho:
(a) deixa o chuveiro ligado todo tempo
(b) enquanto se ensaboa, fecha o chuveiro
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8. Em caso de vazamento:
(a) espera problema se agravar para chamar o encanador
(b) chama o encanador imediatamente
9. Quando vê um
vazamento na rua, você:
(a) não faz nada, pois não tem nada a ver com isso
(b) avisa a companhia de saneamento de sua cidade
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10. Quando vê alguém desperdiçando água, você:
(a) não liga, pois isto não lhe diz respeito
(b) conversa com a pessoa, tentando lhe mostrar a importância de economizar

CONTE SEUS PONTOS E CONFIRA O RESULTADO:
1- (a) 0 (b) 1
2- (a) 1 (b) 0
3- (a) 1 (b) 0
4- (a) 0 (b) 1
5- (a) 1 (b) 0
6- (a) 1 (b) 0
7- (a) 0 (b) 1
8- (a) 0 (b) 1
9- (a) 0 (b) 1
10- (a) 0 (b) 1
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De 8 a 10 pontos: Parabéns! Continue cuidando da água e ensine às outras pessoas como fazer.
De 6 a 7 pontos: Você está no caminho certo. Tente preservar um pouquinho mais a água antes de abrir a torneira à toa.
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De 3 a 5 pontos: Você já está fazendo alguma coisa pela água, mas falta muito. Comece hoje mesmo a mudar suas atitudes.
De 0 a 2 pontos: Você está usando água de forma abusiva e com desperdício. Comece hoje mesmo a cuidar da água, para que ela não falte no futuro.
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Fonte: Embrapa
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