Por nicolas.satriano

Rio - Enquanto o céu escurecia, o carioca esperava pela chuva na maior parte da cidade. Com previsão de dilúvio, a quinta-feira foi de apreensão sobretudo nas encostas e áreas de risco. Em alerta, a prefeitura decretou estágio de atenção, montando um esquema especial com órgãos estaduais e municipais para enfrentar os impactos do aguaceiro. Muitas empresas chegaram a dispensar funcionários mais cedo.

A primeira gota de água caiu em Santa Cruz, na Zona Oeste, no início da tarde. A chuva fraca atingiu a Zona Norte e o Centro no começo da noite. Nas comunidades em encostas, moradores ficaram em alerta com a possibilidade de desabamentos.

Em coletiva no Centro de Operações Rio (COR), o prefeito Eduardo Paes anunciou que a maior preocupação é com deslizamentos. “Pedimos que as pessoas em áreas de risco acreditem nos alertas emitidos pelas sirenes. Quem estiver nesses locais que saia para buscar abrigo nas bases de apoio”, apelou. Na coletiva, a Prefeitura do Rio apresentou um esquema especial para enfrentar a situação com 3,2 mil agentes mobilizados.

Nuvens negras sobre a Praça da Bandeira chegaram a assustar%2C mas a chuva forte não chegou. Esquema para emergência continua hojeJoão Laet / Agência O Dia

Morador do Morro do Turano, Evandro Machado já escutou a sirene ser acionada e viu como a tensão tomar conta das pessoas. “É difícil se preparar para o pior, pois não sabemos como vamos agir nessas horas. O temor por uma tragédia é grande”.

O prefeito também pediu maior atenção da população na volta para casa e nos deslocamentos na cidade. Foi o que fez a empresa onde trabalha o publicitário Diego Diniz. “Imagina o transtorno de todo mundo voltando na mesma hora em um momento de ruas alagadas. Será o caos”, opinou o morador de Laranjeiras. Segundo o COR, o sistema de alerta será mantido caso a chuva persista. A previsão é de pancadas moderadas até amanhã. O sol só deve voltar a partir da semana que vem.

Sirenes tocam em Petrópolis

Além da capital, municípios de todo o estado haviam sofrido com as chuvas na noite de quarta-feira. Em Petrópolis, todas as 18 sirenes instaladas em comunidades consideradas de risco foram acionadas às 16h57, avisando sobre a possibilidade de chuva forte.

Chuva menor do que o previsto para esta quinta-feira fez a alegria das crianças%2C que se refrescaram na poça d’águaJoão Laet / Agência O Dia

Em Nova Friburgo, choveu forte na manhã desta quinta-feira, principalmente no bairro de Mury. A Defesa Civil local constatou que duas casas foram inundadas. Já em Barra Mansa, houve queda de árvore de grande porte no bairro São Silvestre, que bloqueou o trânsito na Jaime Camargo.

O governador Luiz Fernando Pezão disse que o estado não está preparado para qualquer tipo de chuva que venha a cair. “Depende de como ela vem. Se vem uma tromba d'água, ela afeta qualquer lugar do mundo. Mas a gente está investindo muito”, declarou.

Pedro, o manda-chuva da previsão

Chefe Executivo de Resiliência e Operações do Centro de Operações Rio (COR), Pedro Rodrigues dos Santos e Junqueira, explicou o alerta antecipado.

“Fontes diferentes de previsão apontaram para uma condição extrema já no fim de tarde. Nos sentimos obrigamos a partilhar isso com a população”, disse. “A tempestade prevista não caiu na noite de ontem, mas não descartamos que chegue pela madrugada”, alertou.

Com apenas 33 anos, Pedro está desde 2013 na chefia do COR. Apesar da pouca idade, ele já passou pela Secretaria de Transportes, Conservação, iniciativa privada, entre outros cargos.

“Tenho na minha trajetória uma boa experiência em serviço público e em empresas privadas, mas essa é a minha posição de maior responsabilidade”, afirmou.

Como se proteger

A Prefeitura do Rio divulgou uma série de recomendações sobre como se proteger em caso de chuvas torrenciais:

O primeira alerta é procurar um local seguro e permanecer abrigado nele até a situação melhorar. É importante também evitar áreas que costumam estar sujeitas a alagamentos ou deslizamentos de encostas.

É fundamental colocar o lixo nos pontos de coleta. A água da chuva pode levar detritos jogados na rua e entupir bueiros e galerias, causando enchentes e alagamentos.

Outra orientação é verificar se há sinais de rachaduras em casa. Ao perceber trincas nas paredes e muros ou perceber abalo na estrutura do imóvel, é preciso acionar a Defesa Civil pelo número 199 e evitar ficar dentro da residência.

Moradores de áreas de risco precisam ficar atentos aos alertas sonoros. O acionamento das sirenes indica perigo de deslizamento. As pessoas devem sair de casa imediatamente e se deslocar para os pontos de apoio estabelecidos pela Defesa Civil Municipal. Os locais também são informados pelo número 199.

Em casos de ventos fortes ou tempestades com descargas elétricas, é importante evitar ficar próximo a árvores ou em áreas descampadas, pois elas atraem raios.

Quem está ao volante, deve redobrar a atenção. Com a chuva, as pistas ficam escorregadias e, além disso, podem conter bolsões d’água. Mantenha os faróis acesos, para poder ser visto pelos outros veículos.

Quando tiver precisão de temporal, ficar atento às informações divulgadas pelos veículos de comunicação sobre possíveis alagamentos ou deslizamentos de encostas.

Se necessário, ligar para telefones de emergência: 193 (Corpo de Bombeiros), 199 (Defesa Civil) ou 1746 (Central de Atendimento da Prefeitura).

Colaborou Lucas Gayoso

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