Rio - A Polícia Civil investiga se o neozelandês Paul Barry Clark, de 63 anos, também abusava da própria filha menor de idade. Preso desde janeiro, ele teve a prisão temporária prorrogada por 30 dias nesta segunda-feira e é acusado de se fingir de Papai Noel para atrair e estuprar crianças em sua casa, na Zona Oeste. Cinco supostas vítimas, entre 7 e 10 anos, já confirmaram os crimes.
De acordo com a 35ª DP (Campo Grande), uma das crianças contou que Paul exibiu um vídeo pornográfico, enquanto abusava sexualmente dela, em que praticava atos pornográficos com sua filha. O suspeito também teria dito à vítima que o próprio filho, supostamente maior de idade, teria gravado as imagens.
O delegado Hilton Alonso, que está à frente das investigações, pretende interrogar Paul no presídio para saber a versão dele sobre essas acusações e para tentar localizar os filhos do suspeito.
"Geralmente os estupros eram cometidos na casa do autor. Ele fazia churrasquinho e chamava as crianças para ver filmes lá. Todas as vítimas ratificaram a maneira como ele agia", afirmou Alonso ao DIA.
Ainda segundo o delegado, o suspeito oferecia dinheiro às crianças e se aproveitava da semelhança com o Papai Noel para ganhar a confiança delas. Quando Paul foi preso, o passaporte dele já estava vencido.
"O primeiro caso foi descoberto em outubro, quando a mãe de um menino de 9 anos soube que ele tinha sido abusado e denunciou na delegacia. Na ocasião, a família trouxe um amiguinho da vítima, de 7 anos, que também tinha sido estuprado", lembrou Alonso. A mãe do garoto de 9 anos contou que o filho chegou em casa com R$ 50 e, pressionado por ela, contou que tinha recebido a quantia de Paul após praticar sexo oral com ele.
Quando Paul foi preso, a polícia apreendeu um computador, uma câmera fotográfica e pendrives em sua casa. Enquanto aguarda o laudo da perícia que apura a existência dessas imagens, a 35ª DP continua em busca de provas para descobrir se outras crianças foram vítimas do neozelandês.