Por paloma.savedra

Rio - Mal começaram as aulas e o funcionamento das escolas da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) está comprometido. Funcionários terceirizados dos serviços administrativos, de limpeza e cozinha - contratados da empresa Prol - estão desde fevereiro sem receber integralmente seus salários. O problema motivou uma paralisação nesta segunda-feira, afetando pelo menos três unidades: Cetep, na Praça da Bandeira; Escola Técnica Estadual Adolpho Bloch, em São Cristóvão, e Escola Técnica Estadual Ferreira Viana, no Maracanã, todas na Zona Norte do Rio. 

Funcionários da Faetec%2C unidade Praça da Bandeira%2C paralisaram as atividades nesta segunda-feira e fizeram uma mobilização na porta da escolaDivulgação

Segundo funcionários da Praça da Bandeira, as aulas não chegaram a ser suspensas, porém a paralisação pode ainda vir a afetar todos os alunos. Os terceirizados pretendem continuar o movimento: a partir das 8h desta terça-feira, farão uma nova paralisação nessas unidades. Se a mobilização crescer, os alunos não poderão ficar nas unidades sem serviços de faxina e o funcionamento das cozinhas.

"Estamos nessa paralisação desde sexta-feira. Na quinta, fomos na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) e procuramos vários deputados, entre eles o Marcelo Freixo (Psol) para comunicá-los sobre o problema. Já falamos com a Prol, que alega que a Faetec não repassou as verbas. E a fundação nega", disse Marise Oliveira, que trabalha na cozinha da unidade Praça da Bandeira. "Nem as minhas férias de janeiro foram depositadas", contou ela, que trabalha na Faetec desde 1998 e na empresa há oito anos. 

A reportagem tentou entrar em contato com a empresa Prol, mas não teve retorno. Procurada, a Faetec nega o caso e a falta de repasse e diz ainda que não existem faturas da Prol vencidas. A fundação diz ainda que não mantém relação direta com os funcionários, que devem procurar a Prol. Sobre o atraso no pagamento dos salários, a Faetec diz que "no âmbito da fiscalização dos seus contratos já notificou a empresa da necessidade do cumprimento de suas obrigações contratuais". Afirma ainda que não houve envio de nomes de funcionários a Prol que não tenham comparecido.

Terceirizados%2C contratados pela empresa Prol%2C colaram cartaz na porta da unidade da Praça da Bandeira com suas reivindicaçõesDivulgação

Outro funcionário da limpeza, que não quis se identificar, afirmou que trabalha há sete meses na Faetec e recebeu apenas metade do salário, bem como metade do valor do Vale Alimentação: "Em fevereiro, recebemos metade do nosso salário. Ligamos para a nossa empresa, a Prol, e eles alegam que a Faetec não deposita há três meses. Enquanto todos negam, nós estamos sem nossas remunerações", disse. 

Já na semana passada, funcionários da unidade de Marechal Hermes, na Zona Norte, também chegaram a promover uma paralisação, mas, segundo a Faetec, o problema logo foi resolvido. A fundação afirma ainda que os salários já foram pagos na última sexta-feira. 


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