Rio - A Delegacia de Homicídios da Capital (DH) investiga o assassinato de uma mulher, baleada com três tiros no peito, em um assalto na galeria do Off Shopping, na Tijuca, na tarde de ontem. Sílvia Maria da Costa, de 49 anos, ainda recebeu massagem cardíaca e respiração boca a boca de uma médica que estava no local e foi levada pelo Corpo de Bombeiros, ainda com vida, para o Hospital Federal do Andaraí, mas não resistiu aos ferimentos.
FOTOGALERIA: Mulher morre após tiroteio na Tijuca
As versões sobre o crime são contraditórias e a DH busca imagens de câmeras de segurança do centro comercial para tentar esclarecer as dúvidas e identificar os bandidos. Testemunhas contaram que a vítima teria acionado o alarme e que a joalheria Montecarlo seria o alvo dos dois ladrões, que teriam levado joias ao fugirem.
Em nota, a Montecarlo afirmou que o assalto foi na entrada do shopping, que suas vidraças foram quebradas pelos tiros, mas que nada foi roubado. Além disso, informou que Sílvia não é funcionária da joalheria e não teria havido acionamento de alarme.
Outro ponto confuso seria a ação de um suposto segurança particular do local, que teria trocado tiros com os ladrões, segundo contaram testemunhas. Os bandidos fugiram a pé e o 6º BPM (Tijuca) montou um cerco na principais vias do bairro — mas não localizou suspeitos.Um dos bandidos teria sido atingido na troca de tiros e a polícia também realiza buscas em hospitais da região.
Uma moto, usada pelos criminosos, foi deixada perto da entrada do shopping.Após o assalto, a galeria foi fechada e as marcas de sangue chamavam a atenção dos pedestres. No momento do assalto, o tumulto foi grande, com muitas pessoas assustadas correndo pela Rua Barão de Mesquita, onde fica a galeria.
Moradores e clientes relataram o pânico: “Todo mundo tentou socorrer a mulher. Ligamos para o Samu correndo. Os bandidos saíram correndo, um deles com a arma na mão. Foi horrível. Ouvi quatro tiros”, contou a aposentada Maria Castro, de 66 anos.
“Eu me escondi dentro do Shopping Tijuca, que fica em frente à galeria. Não temos segurança em nenhum lugar. Não temos mais onde andar no Rio”, reclamou a advogada Taís Neves, 30.
Perícia indicará rota dos tiros
A perícia de local pretende esclarecer, além da trajetória dos tiros que atingiram Sílvia Maria, as versões sobre o alvo dos bandidos e a possível reação de um segurança armado. Testemunhas como funcionários da joalheria e de outras lojas serão chamados para prestar depoimento, assim como familiares da vítima.
Segundo as primeiras informações médicas, a Sílvia Maria perdeu muito sangue, mesmo sendo socorrida em cerca de 15 minutos pelos bombeiros e de ter contado com a ajuda de uma médica no local do crime. Os três tiros que ela levou no peito e que causaram a forte hemorragia teriam sido decisivos para a morte dela.
“Eu escapei de estar no meio do tiroteio porque não achei vaga de estacionamento nos quatro andares do shopping. Quando consegui estacionar e desci, ainda fui ao banheiro, senão, poderia ser eu ali, morta a tiros. Estou muito abalada com isso que aconteceu a essa mulher. Foi horrível”, contou a professora universitária Fátima de Jesus, que chegou ao local pouco depois da fuga dos ladrões.
Polícia divulga nota
De acordo com informações da 19ª DP (Tijuca), as circunstâncias da morte de Silvia Maria Arnaut da Costa, 49 anos, estão sendo investigadas. Um policial civil de folga viu o assalto a um pedestre e reagiu, trocando tiros com o criminoso, que foi ferido, mas conseguiu fugir. Outro homem também foi baleado na ação e já foi ouvido.
Ainda segundo os agentes, a perícia de local foi realizada e a arma do policial foi apreendida para exame de confronto balístico. Eles realizam diligências para identificar o criminoso.
