Por nicolas.satriano

Rio - Os cariocas já estão de braços abertos para receber os futuros hóspedes para os Jogos Olímpicos no ano que vem. Em uma parceria do Comitê Rio 2016 com a empresa Airbnb — referência em reserva de imóveis e cômodos em 190 países —, mais de 20 mil quartos estão disponíveis aos turistas. Com o reforço da hospedagem alternativa, a meta é incrementar em mais 75% a capacidade hoteleira da cidade

Experiente em aluguel de quarto e apartamento para visitantes há três anos, o administrador Fábio Nahon, de 40 anos, já está recebendo propostas de estrangeiros interessados em ficar no Rio durante a Olimpíada.

“Na Copa do Mundo, consegui alugar meu quarto e outros 35 apartamentos de amigos e familiares. Creio que para os Jogos a procura será muito maior. As pessoas estão bem ansiosas”, avaliou o administrador. A média de uma diária em um de seus imóveis para 2016 será de R$ 250, na Zona Sul. Para o Rock in Rio, em setembro, ele já fechou mais de 18 apartamentos.

A guia Fabiana Bandeira e Bárbara Motta administram 15 apartamentos. ‘Faço questão de recepcionar e dar dicas sobre o Rio’%2C diz FabianaBruno de Lima / Agência O Dia

“Cada vez mais as pessoas estão procurando alugar apartamentos em vez de se hospedar em hotel. Além de ter uma receptividade diferente, é mais cômodo e há mais privacidade”, ressaltou Fábio Nahon, que faz de tudo para agradar os hóspedes, até mesmo dar presentes. Na Copa, seus inquilinos temporários ganharam um kit do Brasil, com mochila, bandana e chaveiro.

Durante o Mundial, mais de 120 mil pessoas de 150 nacionalidades vieram ao Brasil hospedados pelo Airbnb. A empresa estima que seus anfitriões, como são chamados os proprietários, arrecadaram cerca de R$ 40 milhões no evento.

No apartamento do economista Fernando Limeira, 44, em Copacabana, o turista que vier para a Olimpíada terá à disposição uma cozinha equipada, sistema de wi-fi e produtos de primeira linha, como jogo de lençóis importados. “Faço de tudo para que meus hóspedes se sintam em casa. Deixo até comida na geladeira”, declarou Fernando. O imóvel do economista, com um quarto, sala, cozinha e banheiro, vai custar em média R$ 300 durante os Jogos.

Mais do que ganhar uma renda extra, alugar imóveis temporários para turistas também é garantia de fazer novas amizades. A ecologista Luciana Almeida, 38, já se hospedou em outro país com um inquilino que ficou em seu apartamento na Lapa, no ano passado. “É impressionante como os hóspedes viram nossos amigos”, contou Luciana. A guia de turismo Fabiana Bandeira, 31, oferece serviços extras para seus clientes, como passeios culturais e translado do aeroporto até seu apartamento.

“Os turistas chegam aqui sem saber nada, às vezes. Faço questão de recepcionar todos e dar dicas sobre o Rio. E como sou historiadora e guia, também ofereço passeios”, declarou Fabiana, que montou uma parceria com a amiga Bárbara Motta, 34, para administrar os aluguéis de mais de 15 apartamentos da família. Durante a Olimpíada, a guia de turismo terá imóveis de até R$ 1.200 a diária para seis pessoas.

Hotéis já estão sem vaga

A parceria da Airbnb com a Rio 2016 foi fechada na semana passada com propósito de ampliar a oferta de acomodação na cidade, durante os Jogos Olímpicos.

De acordo com o Comitê Organizador, a capacidade da rede hoteleira para o evento é de 40 mil quartos e esse total já teria sido preenchido pelos representantes internacionais, federações e profissionais.

Segundo o Instituto Brasileiro de Turismo, cerca de 380 mil turistas devem viajar para a cidade para assistir às competições no ano que vem.

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