Por nicolas.satriano

Rio - Com a promessa de assumir propostas do PT, o secretário de coordenação da prefeitura do Rio, Pedro Paulo Carvalho — candidato de Eduardo Paes a sua sucessão — ouviu nesta terça-feira do presidente regional do partido, Washington Quaquá, a promessa de que os petistas estarão com ele na campanha de 2016. Os dois se reuniram nesta segunda-feira à noite em Maricá, cidade governada por Quaquá.

“Só falta oficializar”, disse ao DIA o petista ao fim da reunião, lembrando que as convenções ocorrerão só em 2016. “Claro que passará pelo diretório municipal. Mas, nele, as relações com Paes sempre foram boas.”

Pedro Paulo preferiu, porém a discrição. Segundo ele, a visita foi apenas para conhecer ações da prefeitura. Entre elas, linhas de ônibus de graça e o mercado que recebe uma moeda local — o primeiro numa cidade com mais de cem mil habitantes.

Depois de acertar o apoio do PT do Rio a sua candidatura%2C Pedro Paulo e Quaquá andaram de ônibus por MaricáFernando Silva/Divulgação

“Vou apenas conhecer os projetos. Qualquer entendimento eleitoral terá de ocorrer entre meu partido, o PMDB, e o PT”, afirmou.

“O secretário, agora, poderá apresentar propostas à esquerda, ações que o PT implantou em Maricá. O que o (Marcelo) Freixo falará de Itaocara, cidade governada pelo Psol”, provocou Quaquá, que no início do ano chegou a tentar uma aproximação com o deputado psolista com vistas ao ano que vem.

O presidente regional do PMDB, Jorge Picciani, disse que vê com bons olhos a movimentação de Pedro Paulo, buscando o apoio do PT. “É orientação do partido para que todos os pré-candidatos conversem com o maior número possível de legendas. Quanto maior for o diálogo, melhor”, disse.

Ele preferiu, no entanto, não especular se o PT permanecerá com o PMDB, caso seu filho Leonardo saia candidato à sucessão de Paes. “Isto você terá de perguntar ao PT. Se Pedro Paulo e Quaquá se encontraram, ótimo. O diálogo é minha forma de fazer política”, encerrou.

“Estamos com Pedro Paulo”, respondeu o presidente regional do PT. “Não temos veto ao Leonardo, um excelente quadro, mas nosso apoio é a Eduardo Paes, que está com Pedro Paulo. Picciani sabe disse”, afirmou.

Afastados desde 2014, quando o senador Lindberg Farias (PT) concorreu ao governo do estado contra o eleito Luiz Fernando Pezão (PMDB), os partidos ensaiam aproximação. O namoro ocorre a pedido do ex-presidente Lula, que tem conversado com Pezão, Paes e Sergio Cabral.

“Não me nego a falar com ninguém. Minha política é a do diálogo”, afirmou Picciani sobre as conversas que mantém com Quaquá, com quem, no ano passado, trocou farpas. “Sou agregador.”

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