Por paulo.gomes

Rio - O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil realizam, nesta quarta-feira, uma operação para cumprir 42 mandados de prisão preventiva e 72 de busca e apreensão. A ação, denominada Adren, visa desmantelar uma quadrilha acusada de praticar os crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, organização criminosa, roubo, extorsão e extorsão mediante sequestro. Até o momento, 16 pessoas foram presas nesta manhã e outras nove já tinham sido detidas anteriormente. Entre os envolvidos, segundo as investigações, estão quatro policiais civis e dois policiais militares.

As investigações começaram no início do ano passado a partir de um inquérito da 90ªDP (Barra Mansa) que apura o tráfico de drogas no Sul Fluminense. De acordo com o delegado Ronaldo Aparecido, a quadrilha traz drogas do Paraguai e distribui em cidades do Sul Fluminense, Minas Gerais e São Paulo, chegando a lucrar cerca de R$ 1 milhão por mês.

Agentes da Polícia Civil estiveram%2C nesta quarta-feira%2C no condomínio de um policial acusado de integrar a quadrilhaSeverino Silva / Agência O Dia

"Durante esses 14 meses fizemos diversas ações em que estouramos quatro refinarias de drogas, duas em São Paulo e duas no Sul Fluminense. Além disso, prendemos diversos traficantes e apreendemos drogas e material para o refino", diz.

Os mandados estão sendo cumpridos no Sul Fluminense, Rio de Janeiro, São Paulo (capital e interior) e interior de Minas Gerais. De acordo com a denúncia, um núcleo da quadrilha com base na capital paulista e ligada a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) abastecia diversos traficantes da Região Sul Fluminense, que fazia a distribuição da droga no Estado do Rio de Janeiro. Os policiais civis Guilherme Dias Coelho (conhecido como “Guilherminho”), Pablo Bafa Feijolo e Clodoaldo Antônio Pereira, associados a outros traficantes, e por vezes com auxílio do também policial civil Ricardo Wilke, faziam o transporte, guardavam e mantinham entorpecentes em depósito, para fins de tráfico.

A denúncia aponta também que Guilherminho, ao lado dos policial militar Hugo Leonardo Guerra e do PM reformado conhecido como Gilson “Macarrão”, extorquiam e praticavam crimes patrimoniais contra os traficantes. Os policiais também investigavam outros criminosos a partir dos dados fornecidos por integrantes da quadrilha. Para não prendê-los, os agentes, em alguns casos, sequestravam os criminosos e tinham objetos como carros, eletrodomésticos e joias roubados. A devolução de parte desses pertences também era negociada pelo bando.

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