Por nicolas.satriano

Rio - A Justiça decretou, na noite desta sexta-feira, a prisão preventiva de Milton Severiano Vieira, que confessou à polícia ter assassinado a noiva, a dançarina de funk Cícera Alves de Sena, de 29 anos, mais conhecida como Amanda Bueno. A decisão é do juiz Alexandre Guimarães Gavião, da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu.

“É certo que o estado de comoção social e de eventual indignação popular, motivado pela repercussão da prática penal, não deve justificar, por si só, a decretação da prisão cautelar do suposto autor do comportamento delituoso. No entanto, a medida cautelar em questão se justifica para a tutela, inclusive, do bom andamento da persecução penal e da eficácia de seu resultado”, afirma o magistrado em sua decisão.

Milton foi indiciado pela polícia pelos crimes de homicídio qualificado e feminicídio.

'Eu surtei e estou arrependido', diz marido que matou dançarina

Assassino da mulher, a dançarina Cícera Alves de Sena — a Amanda Bueno, ex-integrante do grupo de funk Jaula das Gostozudas —, Milton Severiano Vieira declarou na Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense que "teve um surto" e disse ainda estar arrependido. A ação de Milton, que é conhecido como Miltinho da Van, foi filmada pela câmera de segurança de sua casa. É possível vê-lo batendo diversas vezes a cabeça da vítima no chão do jardim de sua mansão no bairro da Posse, em Nova Iguaçu.

De acordo com Hugo Assumpção%2C advogado e amigo de Milton Severiano Vieira%2C um 'surto' foi o que motivou o acusado a matar brutalmente a dançarina Amanda BuenoOsvaldo Praddo / Agência O Dia

"Estou muito arrependido. Eu surtei, tinha bebido muito. Ela não fez nada, fui eu que surtei", disse Milton, que havia ficado noivo da dançarina no último domingo. "Ela era uma mulher muito boa para mim e nada que eu fale agora vai mudar. Eu vou cumprir a pena e peço desculpas à familia dela", completou ele, que será transferido para o complexo penitenciário de Bangu, na Zona Oeste do Rio.

Advogado e amigo do acusado, Hugo Assumpção alega que Milton "realmente teve um surto" e negou que o cliente tivesse comportamento agressivo. "Ele nunca teve esse esse comportamento. Foi um surto. E ele tinha armas em casa porque era colecionador", afirmou.

Milton é dono e uma coopeativa de van e a Polícia Civil afirmou que vai investigar um possível envolvimento dele com a milícia que atua na região. O advogado dele rebatou: "Ele é de uma família rica e que sempre trabalhou no ramo das vans", disse.

O corpo da dançarina ainda esta no IML da Baixada, e, segundo policiais, há dificuldade de conseguir contato com a família da vítima, pois todos os parentes são de Goiânia.

Vídeo mostra requintes de crueldade de assassino

A morte da dançarina chocou toda a população nesta sexta-feira. A câmera de segurança instalada nesta semana flagrou o exato momento em que Milton Severiano Vieira, o Miltinho da Van, assassinou com crueldade a mulher de 29 anos, de quem havia ficado noivo no último domingo.

Nas imagens de conteúdo forte, Miltinho aparece derrubando Amanda no jardim da mansão no bairro da Posse, em Nova Iguaçu. Em seguida, ele diversas vezes bate com a cabeça da dançarina no chão e dá inúmeras coronhadas nela já desacordada. Logo depois, ele entra no imóvel, e volta com uma escopeta calibre 12 e desfere vários tiros na cabeça da vítima. O crime aconteceu no final da tarde de quinta-feira.

O delegado disse que o crime foi motivado após uma discussão entre o casal. Amanda teria descoberto uma relação extra conjugal do companheiro. Ainda de acordo com Fábio Salvadoretti, Milton tinha duas passagens pela polícia por crime de violência doméstica. Ele revelou que duas ex-mulheres do acusado estiveram na DHBF e traçaram o perfil de comportamento do empresário de vans como um homem agressivo, principalmente quando fazia uso de bebida alcoólica. A polícia acredita que ele estivesse sob efeito de álcool no momento crime.

Após cometer o crime, Milton rendeu um vizinho seu, policial militar, e roubou o carro Gol cinza dele. Para intimidar o PM, o assassino deu dois tiros de escopeta para o chão e fugiu com o veículo. Por volta das 22h, o carro foi atingido na traseira por Voyage preto, no Km 199 da pista sentido Rio da Rodovia Presidente Dutra, em Queimados, na Baixada Fluminense. Segundo o grupo de cinco estudantes universitários de Guarulhos, na Grande São Paulo, que vinham passar o feriadão no Rio, a colisão ocorreu porque o Gol estava parado e apagado no meio da estrada.

Reportagem de Angélica Fernandes e Marcello Victor

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