Por tiago.frederico

Rio - "Saí correndo quando escutei a explosão. Peguei minhas três filhas, minha cachorrinha e saí correndo pelas escadas. Todas as portas das escadas estavam retorcidas. Achei que o prédio estava caindo. Pensei que fosse morrer, pois o barulho era muito grande". O relato é da moradora Soraia Matias, do apartamento 603. Assim como outros moradores, ela viveu momentos de pânico, no final da madrugada desta segunda-feira, após uma explosão em um apartamento do 10º andar destruir ou danificar outras unidades do prédio número 30 da Rua General Olímpio Mourão Filho, em São Conrado, na Zona Sul.

GALERIA: Veja fotos do prédio onde ocorreu explosão nesta manhã

"Parecia um terremoto. Senti minha cama tremer", disse, em entrevista à rádio CBN, outra moradora. Sandra Amaral, do apartamento 303, contou que teve que ajuda aos bombeiros para retirar, à força, seu marido de casa. "Ele não queria sair do apartamento enquanto não encontrasse nossos três gatos, que se esconderam assim que ouviram o estrondo. Liguei para ele, mas ele desligou o celular. Tive que pedir aos bombeiros para resgatá-lo 'na marra'", contou a senhora. O homem, Roberto Amaral, de 64 anos, foi retirado do apartamento sem os gatos, que foram resgatados logo em seguida.

Moradores saíram com a roupa do corpo após explosão destruir vários apartamentos em prédio de São Conrado, na Zona SulSeverino Silva / Agência O Dia

A moradora do apartamento 704, Renata Mesquita saiu de casa apenas de roupão assim que ocorreu a explosão. "Eu estava dormindo. Acordei com o barulho e saí correndo quando falaram que a estrutura da cozinha tinha arriado", disse.

Com a explosão, foram lançados escombros para imóveis vizinhos ao edifcício. Algumas pessoas relataram que o barulho pôde ser ouvido na favela da Rocinha, que fica próxima ao local. Pelo WhatsApp do DIA (98762-8248), um leitor relatou que escutou o barulho na Praia de São Conrado. "Trabalho na Avenida Prefeito Mendes de Morais, no número, 1200, em frente à praia, e sentimos essa explosão aqui. As portas de vidro tremeram", afirmou.

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A explosão

A forte explosão em um apartamento do 10º andar destruiu várias outras unidades de um prédio na Rua General Olímpio Mourão Filho, em São Conrado, Zona Sul do Rio, no fim desta madrugada. Os 72 apartamentos do edifício foram atingidos. Acredita-se que um vazamento de gás seja a causa da explosão. Em nota, a CEG informou que disponibilizou equipes para auxiliar os bombeiros e garantir as medidas de segurança.

"A prioridade é dar assistência aos moradores e mantê-los informados", declarou o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que esteve no local, junto de técnicos da Defesa Civil. Em entrevista coletiva, o engenheiro Daniel Guerra descartou risco de desabamento da estrutura do prédio, que foi interditado por tempo indeterminado e evacuado. Segundo a Defesa Civil municipal, ainda não é possível quantificar sobre imóveis interditados. As causas do acidente só serão esclarecidas após perícia da Polícia Civil.

Explosão na manhã desta segunda-feira em um apartamento destruiu outras unidades de edifício na Estrada da Gávea%2C em São ConradoSeverino Silva / Agência O Dia

Bombeiros dos quartéis de Copacabana e da Gávea prestaram socorro às vítimas. De acordo com os militares, três delas, Maria Lúcia M. Ache, 86, Sylsio A. de Azevedo Junior, 64, e Maria E. Franca Piedade, 89, sofreram ferimentos leves, foram atendidas e liberadas ainda no local. Duas foram levadas para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. Uma delas, um alemão identificado como Markos B. Maria Miller, de 51 anos, foi levado em estado grave. Ele era morador do apartamento 1.001, onde ocorreu a explosão.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o homem passou a por avaliação no hospital. "Ele chegou à unidade com queimaduras de segundo grau no tórax e no abdômen, além de lesão nos membros inferiores e superiores, porém está acordado e agitado, em função do susto que levou com a explosão", explicou a assessoria de imprensa da secretaria.

De acordo com o Centro de Operações da Prefeitura do Rio, a Rua General Olímpio Mourão Filho foi interditada, na altura do número 30, para ação dos militares. Há retenções na região e agentes da CET-Rio auxiliam no trânsito.

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