Por thiago.antunes
Patrícia Ribeiro foi atingida na nuca quando bandidos atiraram contra comerciante em São GonçaloCarlos Moraes / Agência O Dia

Rio - O enterro da dona de casa Patrícia da Conceição Ribeiro da Costa, 40 anos, vítima de bala perdida após sair de uma sorveteria na Praça Santa Isabel, em São Gonçalo, na noite da última sexta-feira, foi marcado por comoção de amigos e parentes na manhã deste domingo. A mãe da vítima, Marisa da Conceição Ribeiro, estava totalmente em estado de choque. "Tira minha filha desse caixão, levanta ela daí. Ela está dormindo e não pode ficar sozinha. Levaram minha filha", gritava Marisa, desolada, durante o cortejo no Cemitério Parque da Paz, no bairro do Pacheco.

Uma amiga da família se mostrou incomodada com a falta de informações sobre o caso. "Ninguém da polícia procurou os familiares para saber o que houve. Ninguém sabe como isso aconteceu e não recebemos nenhuma explicação", se queixou Marcelle Gomes, 26 anos.

Relembre o caso

A tragédia com Patrícia aconteceu no momento em que bandidos tentaram matar o comerciante Robson Madureira Cunha, de 46 anos, que estava dentro de um carro na Praça Santa Isabel e levou pelo menos dois tiros, às 19h30 de sexta. Um dos disparos acertou a nuca de Patrícia, assim que ela embarcou em um ônibus. O motorista do coletivo ainda conduziu o veículo com a vítima para o Hospital Estadual Alberto Torres, mas ela não resistiu.

Um policial que estava na praça tentou intervir e se feriu no pé, mas passa bem. Segundo a direção do Hospital Estadual Alberto Torres, o comerciante passou por uma cirurgia e apresenta estado de saúde estável.O caso foi registrado na 75ª DP (Rio do Ouro) e depois, transferido para a Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo.

Marisa da Conceição Ribeiro, mãe de Patrícia, estava em total estado de choque e pedia que tirassem sua filha de dentro do caixão a todo momentoCarlos Moraes / Agência O Dia

Patrícia tinha quatro filhos e quatro netos. O filho mais velho, Maicon Ramos de Sousa, de 24 anos, demonstrou revolta ao reconhecer o corpo da mãe no IML de São Gonçalo. “Isso pode acontecer com qualquer um. Não dá para explicar. A minha irmã mais nova, que era a mais apegada a ela, está em estado de choque”, contou.

Desde o início deste ano já foram registradas mais de 70 vítimas na Região Metropolitana do Rio. O delegado Fábio Barucke, da Divisão de Homicídios, garantiu que o tiro que atingiu Patrícia partiu de uma das armad utilizada pelos bandidos, devido ao calibre da bala e à angulação com que atingiu a nuca da dona de casa.

Clima era de comoção e revolta entre amigos e familiares da vítimaCarlos Moraes / Agência O Dia

O comandante do 12º BPM (Niterói), coronel Gilson Chagas, no entanto, informou que o policial que trocou tiros com os bandidos não poderia estar portando arma de fogo, uma vez que está afastado das funções por problemas psiquiátricos. O caso será investigado pelo batalhão.

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