Por felipe.martins

Rio - Sozinha, acuada, em pânico e sem esperança. Foi dessa maneira que policiais militares do 12º BPM (Niterói) encontraram E., 32 anos, na tarde desta quinta-feira. Desde domingo, ela era mantida em cárcere privado em um casebre na comunidade Iara, no Cubango, Niterói. Os policiais chegaram até a vítima, que tinha marcas de agressões, após receberem a denúncia de que uma mulher gritava muito nas proximidades do local.

Segundo parentes da vítima, o suspeito é o ex-namorado dela e o crime teria motivação passional. Revoltados, parentes e amigos de E. relataram que ela sofria agressões com frequência. “Eles viviam brigando, ela nunca tinha sossego. Ela comentou uma vez que foi ameaçada, mas não fez nada”, contou uma amiga da vítima, que pediu para não ser identificada.

Os militares contaram que foram recebidos a tiros por traficantes da comunidade, mas ninguém se feriu. Os criminosos fugiram e ninguém foi preso.

Carta encontrada pelos policiais na casa onde estava a mulher Divulgação

Ao ser libertada, a jovem ainda contou aos policiais detalhes da tortura que sofreu. E. estava com as roupas rasgadas e o rosto desfigurado. Vítima de diversos espancamentos, ela ainda teria sido estuprada, segundo a polícia. No entanto, o resultado do exame que pode verificar a violência ainda não foi divulgado. A jovem foi levada para o Hospital Azevedo Lima, em Niterói.

E. ainda relatou aos PMs que o ex-namorado a mantinha ali porque não aceitava a separação. Segundo ela, o homem era trabalhador, mas frequentemente “praticava 157” (roubo a mão armada). O suspeito não foi localizado, mas deixou no local uma carta para sua mãe. Na página encontrada pelos policiais na casa, estava escrito: “Mãe, me perdoa por não ser o melhor filho, sempre tentei ser o melhor. Perdão pelo que vou fazer, mas soube que essa p... estava me traindo e tive que tomar uma atitude. Essa p... safada tem que morrer para aprender a respeitar um homem”, dizia o texto.

Segundo a Polícia Civil, as investigações já estão em andamento. Testemunhas estão sendo ouvidas e a liberação médica da vítima é aguardada para que ela possa prestar depoimento. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, o estado da vítima é considerado estável. O caso foi registrado na 77ª DP (Icaraí).

Reportagem de Vinícius Amparo

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