Por paulo.gomes

Rio - Uma foto enviada para o WhatsApp do DIA (98762-8248) resume bem o drama de milhares de famílias que vivem no meio de uma "verdadeira guerra" nas comunidades do Rio. Durante um intenso tiroteio no final da noite de segunda-feira, na localidade da Grota, no Complexo do Alemão, dois irmãos de 7 e 3 anos, abraçados, se abrigaram em baixo da escada da casa onde moram. Segundo parente das crianças, sempre que há confronto no local, os irmãos sabem que devem se proteger dos tiros.

"Elas (crianças) já isso fazem sozinhas. Mesmo que acordem na hora dos tiros, nossos filhos já sabem onde se esconder. Não deixo meus filhos saírem por nada de casa", afirma.

Os irmãos de 7 e 3 anos se abrigaram debaixo da escada durante tiroteio na noite de segunda-feira%2C no Complexo do AlemãoDivulgação / WhatsApp do DIA (98762-8248)

A família mora na região há 20 anos e reclama da rotina de tiroteios no Complexo do Alemão. "Passamos o último final de semana como se estivéssemos no Iraque. Aqui está um barril de pólvora, muito triste mesmo. Eu não tenho como sair daqui", relata.

Para a moradora, a política de pacificação parece não ter dado certo comunidade: "Pode até ser que a intenção deles (UPP) seja boa. Mas, infelizmente, é triste o que vou dizer. É melhor deixar a favela do jeito de antes do que ficar nesta guerra e perdemos nossos filhos", finaliza.

Segundo o comando da Unidade de Polícia Pacificadora, na noite de segunda-feira foram registrados dois confrontos no Complexo do Alemão. O primeiro aconteceu por volta das 21h, quando PMs que faziam patrulhamento no Largo do Bulufa foram atacados por criminosos. O segundo aconteceu na região do Areal, entre traficantes e policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Segundo a UPP, ninguém ficou ferido e as ocorrências foram registradas na 45ªDP (Alemão).

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