Por nicolas.satriano

Rio - Se o 'tiro' dos taxistas saiu pela culatra, ainda não é possível dizer. Mas, segundo informações da Uber, o número de pessoas que se registraram no aplicativo, comparado a um dia convencional, cresceu 20 vezes após protesto que deixou o trânsito da cidade caótico nesta sexta-feira. 

Segundo nota divulgada pela empresa, a companhia "acredita que todas as pessoas devam participar do processo de escolha sobre a construção de cidades melhores e mais inteligentes para vivermos. E conhecer a Uber é parte deste processo". 

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No meio do protesto que reuniu milhares de profissionais no Aterro do Flamengo, a Uber resolveu responder à manifestação oferecendo corridas gratutitas entre 7h e 19h. A promoção se limitava a duas viagens e o valor da corrida deveria corresponder a R$ 50.

Centenas de taxistas realizaram%2C na manhã desta sexta-feira%2C um protesto contra o aplicativo Uber e táxis piratas que trafegam pelas grandes metrópolesOsvaldo Praddo/ Agência O Dia

"Sabemos que hoje será um dia complicado para locomoção e para não deixar os cariocas sem opção, hoje, todos poderão utilizar a Uber para qualquer lugar da cidade gratuitamente", disse na nota de mais cedo. 

A companhia também se pronunciou sobre a manifestação que os taxistas realizam nesta sexta, no Aterro do Flamengo. "A Uber defende que os usuários têm o direito de escolher o modo que desejam se movimentar pela cidade. Em uma cidade como o Rio de Janeiro, que tem uma população que precisa de opções de transporte e que recebe milhares de turistas de todo o mundo anualmente, a inovação é crucial para que a cidade fique cada vez mais conectada, transparente e inteligente", afirmou.

Centenas de taxistas realizam%2C na manhã desta sexta-feira%2C um protesto contra o aplicativo Uber e táxis piratas que trafegam pelas grandes metrópolesFoto%3A Osvaldo Praddo/ Agência O Dia

No entanto, segundo o secretário municipal de Transportes, Rafael Picciani, o Uber atua de forma ilegal no Rio de Janeiro. "No entendimento da prefeitura, é um serviço ilegal. Se esse aplicativo não é regulamentado pelo poder público, a prefeitura irá entrar na Justiça. A gente não tem se quer um cadastro desses carros", disse em entrevista para a CBN.

Picciani alegou que o poder público não tem conhecimento dos funcionários que trabalham para a empresa. "Não temos conhecimento se quer o cadastro dos profissionais que trabalham para essa empresa. E isso é grave", completa.

O Uber é uma empresa americana, que, através de aplicativo homônimo, oferece serviço parecido ao de um táxi em centenas de cidades brasileiras e em dezenas de países. Os taxistas alegam que qualquer um pode ser motorista da Uber, sem se preocupar em legalizar o veículo para fins de transporte de passageiros. A presença dos aplicativos tem preocupado sindicatos e empresas do setor em todo o país.

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