Por paulo.gomes

Rio - A Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro (SSINTE/SESEG) e a Corregedoria da Polícia Militar estiveram, nesta terça-feira, em sete endereços do Rio, para o cumprimento de dez mandados de busca e apreensão. A ação é um desdobramento da Operação Amigos S/A, que em setembro do ano passado prendeu 26 PMs do 14°BPM (Bangu). Entre os endereços que os agentes estiveram, foi no apartamento do major Carlos Alexandre de Lucas, localizado na Barra da Tijuca. O imóvel é avaliado em R$ 2 milhões. A denúncia da operação foi feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO).

Interior do apartamento do major da PM%2C Carlos Alexandre de Lucas%2C num condomínio da Barra da Tijuca%2C avaliado em R%24 2 milhõesDivulgação

Segundo informações dos promotores do GAECO, o imóvel estava registrado em nome de terceiros. O que para o Ministério Público, indica que o oficial está envolvido com o crime de lavagem de dinheiro e ato de improbidade administrativa. Até o momento, foram apreendidos diversos documentos, recibos, extratos bancários, notas fiscais e comprovantes de imposto de renda nas residências do coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira, do sargento Wallace Heiser e na casa do major Edson Alexandre Pinto de Góes.

Também nesta terça-feira, o MP ofereceu denúncia contra o ex-comandante de Operações Especiais da Polícia Militar, coronel Alexandre Fontenelle. Além dele, foram denunciados o ex-subcomandante do 14ºBPM (Bangu), major Lucas; o ex-chefe da P2 do 14ºBPM, capitão Walter Colchone Netto; o ex-coordenador operacional do 14ºBPM, major Edson; e as advogadas Maria Mércia Fontenelle de Oliveira e Maria Paula Fontenelle de Oliveira, respectivamente mãe e irmã do coronel Fontenelle. Todos são acusados pelo crime de lavagem de dinheiro.

Agentes do Gaeco e da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro cumprem nesta terça-feira mandados de busca e apreensãoDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

A denúncia do MP aponta que o coronel Fontenelle é o proprietário de dois apartamentos registrados em nomes de terceiros e de uma casa localizada numa área nobre do município de Búzios, na Região dos Lagos. Um dos apartamentos, no bairro do Grajaú, está avaliado em R$ 995 mil e está no nome da irmã do oficial. Já o outro imóvel, em Jacarepaguá, está registrado nos nomes da mãe, do major Lucas e do capitão Colchone. Esse está avaliado em R$ 750 mil.

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A operação foi deflagrada no dia 15 de setembro do ano passado, denunciando pelo crime de associação criminosa armada, 26 PMs do 14°BPM, dentre eles, seis oficiais que integraram o Estado-Maior do batalhão. Além disso, um mototaxista que fazia parte do esquema de arrecadação da propina também foi preso. De acordo com as investigações do MP, eles exigiam pagamento de propina de comerciantes, mototaxistas, motoristas e cooperativas de vans, além de empresas transportadoras de cargas na área do batalhão, em Bangu. Todos os envolvidos estão atualmente em liberdade.

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