Por paulo.gomes

Rio - O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público divulgou nesta quinta-feira que os denunciados nas operações Amigos S/A e Profilaxia tiveram seus bens sequestrados e as contas bloqueadas. A decisão atinge o ex-comandante de Operações Especiais da PM, coronel Alexandre Fontenelle; major Carlos Alexandre de Jesus Lucas; major Nilton João dos Prazeres Neto; capitão Rodrigo Leitão da Silva; capitão Walter Colchone Netto e major Edson Alexandre Pinto de Góes.

Ex-chefe do Comando de Operações Especiais da PM%2C coronel Alexandre Fontenelle apresentou no início do mês apresentou contracheques e declaração de imposto de rendaAlexandre Vieira / Agência O Dia

Além dos policiais militares, foram citadas as advogadas Maria Mércia Fontenelle de Oliveira e Maria Paula Fontenelle de Oliveira, mãe e irmã do coronel Fontenelle. Segundo a decisão do juiz Rafael Rezende das Chagas, da 1ª Vara Criminal de Bangu, as investigações apontam que a movimentação bancária dos acusados esteja associada à prática de diversos crimes, como lavagem de dinheiro, corrupção e extorsão.

Ainda de acordo com o juiz, os imóveis e bens discriminados pelo Ministério Público dos denunciados "revelam a desproporcionalidade com os soldos da PM". Segundo uma das denúncias, Fontenelle é o verdadeiro proprietário de dois imóveis, no Grajaú e Freguesia, que estão registrados em nome de terceiros. As escrituras dos apartamentos foram feitas na mesma data, quando os atuavam no 14°BPM (Bangu). Além disso, o ex-comandante comprou no mesmo período um carro Toyota Corolla.

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No início do mês, o coronel Fontenelle deu uma entrevista coletiva afirmando que o valores divulgados dos imóveis não correspondem com a realidade. Segundo o MP, o imóvel localizado no Grajaú está avaliado em R$ 995 mil. Já o apartamento na Freguesia vale R$ 750 mil.

"Todos os meus imóveis foram divulgados na mídia com valores acima do que eu adquiri. O apartamento do Grajaú, por exemplo, custou R$ 422 mil (está no nome da mãe). O de Jacarepaguá, minha mãe comprou com dois oficiais (major Carlos Alexandre de Jesus Lucas e capitão Walter Colchone Netto) que trabalharam comigo e a minha mãe pagou R$ 60 mil. A casa de Búzios, custou R$ 28 mil. Não é a mansão que estão falando", disse na época.

Interior do apartamento do major da PM%2C Carlos Alexandre de Lucas%2C num condomínio da Barra da Tijuca%2C avaliado em R%24 2 milhõesDivulgação

Já durante a Operação Profilaxia, realizada no dia 4, foi identificado o apartamento do major Carlos Alexandre, localizado num condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. De acordo com o MP, o imóvel está avaliado em R$ 2 milhões. Além do apartamento, segundo as investigações, o oficial também é proprietário de um veículo de luxo, uma cobertura de 300 m² na Freguesia.

A operação foi deflagrada no dia 15 de setembro do ano passado, denunciando pelo crime de associação criminosa armada, 26 PMs do 14°BPM, dentre eles, seis oficiais que integraram o Estado-Maior do batalhão. Além disso, um mototaxista que fazia parte do esquema de arrecadação da propina também foi preso. De acordo com as investigações do MP, eles exigiam pagamento de propina de comerciantes, mototaxistas, motoristas e cooperativas de vans, além de empresas transportadoras de cargas na área do batalhão, em Bangu. Todos os envolvidos estão atualmente em liberdade.

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