Por paloma.savedra

Rio - A denúncia do Ministério Público gerou uma divisão entre petistas. De um lado estão deputados que nesta quinta-feira assinaram manifesto pelo afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara; do outro, os que preferem evitar um rompimento com o denunciado — temem que, agora, ele radicalize ainda mais sua luta contra o Palácio do Planalto.

“Se a oposição fizer acordo com o Cunha e o governo também, um dos lados será enganado. Desconfio que será o governo”, diz um petista que quer a saída do presidente da Câmara.

O que fazer?

A adesão de petistas ao manifesto contra Cunha irritou peemedebistas ligados ao governo. Segunda à noite, integrantes da bancada do PT na Câmara se reúnem para discutir o que fazer — a conversa será bem animada.

Dúvida tucana

O PSDB também está indeciso. Tucanos reconhecem a importância do apoio de Cunha à oposição a Dilma, mas temem que demonstrações de solidariedade a ele enfraqueçam o discurso do partido contra a corrupção.

Vingança

Alvo de uns 40 processos movidos pelo presidente da Câmara, Cidinha Campos, secretária estadual de Defesa do Consumidor, diz que ao saber da denúncia contra ele teve vontade de levantar uma plaquinha com a inscrição “Eu já sabia!”. Ela não foi condenada em nenhuma das ações.

Os que ficam

Em inserções para TV que irão ao ar a partir do dia 1º, o PMDB afirmará que a crise é grave, mas que o país já superou situações piores. Michel Temer insistirá na necessidade de diálogo e de se unificar o país. Ainda dirá: “Governos passam, mas o Brasil continua.” Um aliado gaiato brincou. Para ele, o correto seria: “Governos passam, o PMDB continua". 

Você pode gostar