Rio - Parentes da adolescente Joice de Araújo Lima, de 15 anos, morta ontem após ser baleada na cabeça, na tarde de quarta-feira, na comunidade Vila Aliança, em Bangu, acreditam que ela foi ferida por um bandido. Foi descartada a hipótese de que havia uma operação da Polícia Militar no momento em que a vítima foi atingida. A menina, que estava internada no Hospital Albert Schweitzer, será enterrada hoje no Cemitério de Irajá, às 16h.
“Pelo que eu soube, o tiro foi acidental por parte de um desconhecido. Acredito que arma estava destravada e numa desatenção, veio o disparo, que infelizmente acertou a cabeça da Joice. Ela perdeu muito sangue. No momento não havia ação da PM”, contou um amigo bem próximo da família de Joice, acrescentando que o suspeito fugiu depois de cometer o crime.
Ainda segundo ele, a tragédia poderia ser ainda maior. “Ela estava soltando pipa com outras dez crianças quando foi ferida. Se houvesse mais disparos, outras famílias poderiam estar chorando mais morte”, desabafou.
O comando do 14° BPM (Bangu) confirma que a polícia não fazia operação na Vila Aliança no momento em que Joice foi baleada.
Ontem, o Batalhão de Operações Especiais (Bope), em apoio ao 14ºBPM (Bangu), realizou uma operação na Vila Aliança. Na ação, os policiais militares apreenderam 2.500 pedras de crack, 800 pedras de haxixe e 260 sacolés de maconha. Por causa do clima tenso, 15 unidades das redes estadual e municipal de ensino tiveram suas atividades interrompidas, prejudicando cerca de 4 mil estudantes.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, 3.676 alunos de oito escolas, três creches e três Espaços de Desenvolvimento Infantis (EDI's) não foram atendidos.
A Secretaria Estadual de Educação informou que cerca de 200 alunos do Colégio Marieta Cunha da Silva, tiveram as aulas suspensas devido à ação policial na região. O fechamento foi uma decisão por medida de segurança. Desde a tarde de quarta-feira, moradores da comunidade da Zona Oeste vêm sofrendo com intensos tiroteios. Além da jovem, um menino de 8 anos foi atingido de raspão no pescoço. Ele foi medicado e liberado.
Já dois suspeitos, apontados pela polícia como seguranças do traficante Rafael Alves, o Peixe, foram mortos durante o confronto.