Por adriano.araujo

Rio - O deputado federal e líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani, admitiu que não irá colocar seu nome para disputar a prefeitura do Rio em 2016. Com o gesto, cairá por terra a disputa que se desenhou nos últimos meses entre ele e o preferido do prefeito Eduardo Paes, o secretário executivo municipal Pedro Paulo. Em entrevista ao programa ‘Jogo do Poder’ que vai ao ar hoje às 23h na Rede CNT, Picciani defendeu o fim da aliança com o PT na cidade e a formação de chapa ‘puro-sangue’ do PMDB nas próximas eleições, com Pedro Paulo prefeito e seu irmão e secretário municipal de Transportes, Rafael Picciani, de vice, articulação antecipada pelo DIA em junho.

O fato de Picciani ter assumido a liderança da bancada do PMDB, num ano especialmente tumultuado como o de 2015, o fez desistir da ideia de tentar ser prefeito do Rio agora. “Coloquei o meu nome à disposição do partido, para ser uma opção para prefeitura de 2016. O Pedro Paulo também colocou o dele. E eu avalio que que o cenário político, pelo fato de eu ser líder em Brasília, me impossibilitou de construir uma pauta exclusiva do Rio de Janeiro, com vistas a disputa eleitoral”, justificou ele. Segundo ele, “muito provavelmente” o PMDB vai lançar Pedro Paulo como candidato e a ausência do PT na chapa é um “caminho natural”.

Afinado com Eduardo Paes%2C Leonardo lançou o nome do prefeito na corrida pelo Palácio do Planalto%2C em 2018Divulgação

Picciani “fecha” uma disputa interna que poderia atrapalhar os planos do PMDB de se manter no poder no Rio. No ano passado, o pai de Leonardo, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani, dissera que o filho só abriria mão da candidatura se o escolhido da legenda fosse o ex-governador Sérgio Cabral. Este, aliás, era o nome apontado pelos peemedebistas como o único que não criaria rusgas no partido. Agora, Picciani quer que seu irmão Rafael seja o vice, excluindo o PT da chapa - atualmente, o partido tem a vice-prefeitura com Adilson Pires. “É um caminho natural”, afirmou, sobre a chapa puro-sangue. “Excluir o PT é um caminho natural, também, e é o que deseja o PMDB. Rafael participa da gestão municipal, está ligado nas questões diárias”.

O deputado também lançou o prefeito Eduardo Paes como “nome credenciado” para concorrer à Presidência da República em 2018. “Temos a avaliação de que ele está muito bem, e vai ficar ainda melhor. E se ele pode ser presidente, é o melhor para ser governador também”, destacou.

?'PMDB vê denúncias sobre Cunha com tranquilidade'

Leonardo Picciani disse que o partido trata com “tranquilidade” as investigações sobre o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no âmbito da Operação Lava Jato. Cunha foi denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção e lavagem de dinheiro ao Supremo Tribunal Federal por suspeita de envolvimento no escândalo de corrupção na Petrobras.

“O PMDB trata esse caso com tranquilidade, para que o devido processo legal ocorra. Vamos aguardar a manifestação da defesa no STF. O fato dele ser presidente da Câmara não impediu o trabalho do Ministério Público, da Polícia Federal”, afirmou.

O líder do PMDB também elogiou o fato de a presidenta ter chamado para si a responsabilidade da articulação política com o Congresso Nacional. Cada vez mais próximo do Planalto, Picciani não endossa e não vê motivos para a abertura do processo de impeachment. “Não há um fato para caracterizar o impedimento. A Dilma está reconstruindo sua base e, assim, enfrentará a crise econômica”, disse.

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