Por nicolas.satriano
Delegado da DH garante que arma encontrada próximo a Cristian não estava com meninoReprodução Vídeo

Rio - Afastando qualquer outra interpretação, o delegado Rivaldo Barbosa, da Divisão de Homicídios da Capital, garantiu, durante entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, que Cristian Soares da Silva, de apenas 12 anos, morto durante uma troca de tiros em Manguinhos, não estava armado.

"Não muito próximo do corpo do menino foram encontrados uma pistola modelo Glock .40, munições e um radiotransmissor. Asseguro, no entanto, que a arma não estava com o garoto. Ele (Cristian) estava na linha de tiro, entre traficantes e policiais", explicou. 

Cristian foi baleado no tórax e o corpo da criança foi encontrado numa viela. Na coletiva, o delegado revelou que havia quatro registros no sistema da Polícia Civil de passagens do menino por delegacias: duas por roubo e duas por furto. Também segundo Barbosa, os 14 policiais da DH que participaram da operação, no fim da tarde, já tinham sido ouvidos.

Ação para encontrar assassinos

A operação, onde participaram policiais da DH, Core e UPP, tinha como objetivo a prisão de quatro criminosos acusados de assassinar o soldado da Unidade de Polícia Pacificadora Clayton Fagner Alves da Silva, de 26 anos. O PM foi morto no dia 28 de abril, na Ilha do Governador. 

Um dos acusados foragidos da Justiça, Jefferson de Menezes Ferreira, o Jefinho, chegou a ser identificado na troca de tiros. Os outros três que também seguem soltos: Claudevan Alves dos Santos, o Carioca; Thomas Bruno Dantas, o Mongol e Luan Lopes da Silva, o Luanzinho. 

Durante o confronto, um policial da DH ficou ferido por estilhaços na boca, mas passa bem.

Anistia Internacional pede investigação urgente 

Segundo informações da Anistia Internacional, relatos apurados pela instituição levam a crer que policiais tentaram alterar a cena do crime, carregando o corpo de Cristian para o caveirão, mas foram impedidos por moradores.

“Mais uma vez uma criança é morta, resultado dessa lógica de guerra que marca a política de Segurança Pública no Brasil que vitima, majoritariamente, jovens negros das periferias das cidades”, destacou Atila Roque, diretor da Anistia Internacional Brasil.

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