Rio - Ao se deparar com o corpo do filho dentro de um caixão, Janaína Soares, mãe do menino Christian Soares Andrade, de 13 anos, não suportou a dor e passou mal durante o enterro da criança, no Cemitério do Caju, na tarde desta quarta-feira. Christian foi morto durante uma troca de tiros entre policiais e criminosos nesta terça-feira, em Manguinhos, na Zona Norte da cidade.
"Meu filho, acorda! Meu filho, acorda!", disse a mulher pouco antes de desmaiar. Logo depois, Janaína precisou ser carregada por parentes. Um ônibus com moradores da comunidade chegou ao cemitério por volta das 16h. Revoltados com a morte do menino, amigos e parentes voltaram a afirmar que a criança jogava futebol momentos antes de ser baleado.
Antes do sepultamento, familiares e pessoas próximas do garoto impediram que a imprensa acompanhasse o cortejo. Dois rapazes, inclusive, aparentemente bastante alterados, cercaram um cinegrafista e ameaçaram quebrar a câmera do profissional. "Isso aqui custa R$ 50 mil, mas se filmar, eu vou quebrar!", ameaçou.
Mais hostilidades ao fim do enterro. Outro grupo insultou repórteres e chamou os policiais da Unidade de Polícia Pacificadora de assassinos. No local, sete viaturas da Polícia Militar permaneceram do lado de fora do cemitério para evitar manifestações e qualquer confusão. O enterro reuniu cerca de 50 amigos e parentes de Christian.
'Arma encontrada não estava com menino morto', garante delegado
Menino é baleado e morre durante operação da polícia em Manguinhos
