Por felipe.martins

Rio - A queda da atividade produtiva do país deu um alívio no mês de julho, sinalizando uma possível melhora da crise econômica. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de julho, divulgado nesta segunda-feira, teve queda de 0,02% em relação a junho, resultado inferior ao esperado por analistas financeiros, que projetavam queda de 0,35%. Na comparação entre maio e junho deste ano, a queda do IBC-BR foi de 0,73%.

Gonzaga Beluzzo disse que o nível da atividade ainda é muito baixoDivulgação

Na comparação com o mesmo mês de 2014, o índice do Banco Central apresentou recuo de 3,67%, e no acumulado de 12 meses, a queda foi de 1,89%. Nos sete meses do ano, apenas em fevereiro e em maio houve crescimento na comparação com meses anteriores: 0,75% e 0,06%, respectivamente.

O IBC-Br avalia a atividade econômica brasileira mês a mês e funciona como uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB) — soma dos bens e serviços produzidos pelo país — que é medido trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O mercado financeiro prevê que o PIB deste ano tenha queda de 2,7%. No primeiro trimestre caiu 0,7% e no segundo, 1,9%.

Segundo o professor de finanças do Ibmec-Rio, Gilberto Braga, o IBC-BR mostra que a economia tem espaço para começar a melhorar e indica que a queda no PIB pode ser menor que a esperada. “Isso mostra que as expectativas para o PIB, que não eram boas, passam a ser de uma queda menor. Em um ambiente de inflação alta, o IBC-BR é um prenúncio de pequena melhora, não no sentido de ser positivo, mas é um sinal de que a economia parou de piorar”, disse.

Para o economista e professor da Unicamp, Luiz Gonzaga Belluzzo, o IBC-BR de julho mostra que a crise econômica ainda é preocupante. “O índice vinha caindo e isso é apenas uma indicação de direção, uma espécie de indicador prospectivo que mostra que o nível de atividade econômica do país continua muito baixo”, explica Belluzzo.

Cheque sem fundos bate recorde

A inadimplência de cheques no mês de agosto bateu recorde histórico e alcançou 2,11% em relação ao total de documentos compensados, segundo o Indicador Serasa Experian de Cheques sem Fundos. O número é o maior já registrado para o período desde 1991, quando o levantamento passou a ser feito. Apesar do recorde, o cenário é de ligeira melhora sobre as condições de pagamento no mês de julho, quando foram devolvidos 2,29% do total de emissões.

No acumulado de janeiro a agosto deste ano, o índice atingiu 2,19%, segundo percentual mais alto para o período desde que a série foi criada, perdendo apenas para os 2,25% de janeiro a agosto de 2009.
O resultado é pouco superior à taxa verificada no mesmo período do ano passado (2,1%). Para os economistas da Serasa Experian, o resultado se deve ao desaquecimento da economia que trouxe mais desemprego, além de aumento da inflação e dos juros. (Com a Agência Brasil)


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