Por felipe.martins

Rio - Parente da professora de geografia Priscila de Goes Pereira, de 38 anos, acredita que ela possa ter sido vítima de uma vingança. Agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DH) não descartam nenhuma hipótese para o crime, mas a principal linha de investigação é a execução, já que nenhum pertence de Priscila foi roubado. A professora foi encontrada morta a tiros dentro de um carro, num estacionamento próximo à estação do metrô de Maria da Graça, na manhã de segunda-feira. Há informação de que ela se maquiava quando foi atingida por sete disparos.

“Ela tinha um cargo de chefia no trabalho e acreditamos que possa ter demitido alguém, que insatisfeito e revoltado, se vingou assassinando a minha sobrinha. A Priscila era uma pessoa ótima, mas bastante temperamental. Era exigente”, lembrou o tio de Priscila, o segurança José Pedro Santos, 45.

Priscila foi atingida por sete tiros em estacionamento onde para sempre%3A assassino conhecia sua rotinaDivulgação

Um psicoterapeuta, que atendia a vítima pelo menos uma vez por semana, ao tomar conhecimento da morte de Priscila, publicou uma mensagem no Facebook dizendo que esteve com ela na última sexta-feira. Ainda segundo ele, a professora demonstrou preocupação com “afrontamentos” no trabalho.

“Estivemos em meu consultório na última sexta... Meu Deus, ela alertava com os seus afrontamentos no trabalho quando ela primava pelo correto e contra a corrupção lá! Ela estava preocupada”, escreveu o psicoterapeuta e logo depois seus comentários foram apagados da página.

O profissional confirmou a informação divulgada na rede social, entretanto disse que não poderia dar mais detalhes do relato de Priscila por uma questão de ética. “Ela procurou meu consultório há dois anos e era uma pessoa feliz. Não procurou a terapia por causa do trabalho ou família, e sim por coisas que aconteceram na infância”, limitou-se a dizer o especialista.

Carro da vítima perfurado em estacionamento em Maria da GraçaFoto de leitor

De acordo com o delegado Daniel Rosa, parentes da vítima estão prestando depoimento e imagens de câmeras de segurança, sendo analisadas. Priscila Pereira vai ser enterrada hoje, às 10h, no Memorial do Carmo, no Caju. A professora era divorciada e deixa filha de 7 anos.

Sete tiros dados à curta distância

Priscila foi assassinada com sete tiros à queima roupa segunda-feira num estacionamento perto do metrô de Maria da Graça. Segundo investigações da DH, os tiros partiram de uma pistola calibre 380 e foram dados a curta distância, acertando a professora no rosto, pescoço e ombro. Este ano, foram registrados entre janeiro e agosto, 25 homicídios na área da 44ª DP (Inhaúma), que cobre Maria da Graça. Doze casos a mais do que em 2014.

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